A Guiana Holandesa foi uma antiga colônia holandesa situada ao sul da chamada “Costa Selvagem da América do Sul”. O território esteve sob domínio holandês entre o século 17 e 1796, tornando-se britânico até 1816, para voltar a ser holandês durante cerca de 160 anos. No dia 25 de novembro de 1975, no entanto, tornou se independente, adotando o nome de Suriname. O último governador da colônia, Johan Ferrier, tornou-se então o primeiro presidente da República do Suriname.
O primeiro estabelecimento europeu nesta região foi o dos colonos de Barbados, levados pelo lorde Willoughby em 1650. Em troca da Nova Holanda na América do Norte, os holandeses cederam a colônia em prol da Paz de Breda em 1667, cessão confirmada pelo Tratado de Westminster de 1674.
A população, fortemente cosmopolita, dedicou-se à plantação da cana de açúcar. Os britânicos, que ocupavam as “colônias” da Holanda por ocasião das guerras da Revolução e do Império – 1796-1802 e 1804-1816 -, restituem o Suriname à Holanda em 1816, em seguida à Convenção de Londres de 13 de agosto de 1814 e do segundo Tratado de Paris de 20 de novembro de 1815.
A escravidão foi abolida em 1863 na Guiana Holandesa e a colônia passou a ser povoada por indianos e indonésios. O declínio irremediável da agricultura faz a economia do país depender da bauxita, que atingiu o seu auge 1938.
Em 1950, o Suriname recebe dos Países Baixos o regime parlamentar e o sufrágio universal. A Constituição de 1954, que outorgava a autonomia, previa que os ministros respondiam perante o Conselho Legislativo, eleito para um mandato de quatro anos. Entre 1958 e 1967, uma coalizão creoles-industãos conserva a maioria no ‘Staten’ – Assembleia Legislativa – graças a aliança do Partido Nacional Suriname com o Partido Unido Industão.
Em seguida há uma grave e prolongada crise econômica e social no começo dos anos 1970, o país se vê envolto com uma greve geral em 1973. Nas eleições de novembro do mesmo ano, o Partido Nacional Suriname aliado a três outros pequenos partidos conquista a maioria dos votos.
Grave e prolongada crise econômica e social no começo dos anos 1970 impulsionou processo
As negociações com o governo holandês tendo como ponto central a independência são complicadas, tendo à frente pelo Suriname, o líder do PNS, Henck Arrton, indicado primeiro-ministro.
A independência torna-se efetiva em 25 de novembro de 1975 sob a presidência da República de Johan Ferrier do PNS. Uma Constituição do tipo parlamentar é aprovada. Os creoles são majoritários no Parlamento o que causa o descontentamento nas hostes industãs. Todavia, o governo, chefiado por Arron, conduz uma política excessivamente ligada aos interesses holandeses até 1980.
Em 25 de fevereiro de 1980, um golpe de Estado militar, chamado de “Revolução dos Sargentos”, tendo a sua frente o sargento-major – mais tarde tenente-coronel – Desiré Delano Bouterse, derroca o sistema. A Junta Militar se alia ao Partido Nacionalista Republicano e um civil, Hendrik Chin A Sen, torna-se primeiro ministro.
Em agosto, por ocasião de um segundo golpe de Estado, Bouterse proclama o estado de emergência e dissolve o parlamento. Chin A Sen assume igualmente a presidência da República. Em 4 de fevereiro de 1982, Sen é destituído e, depois de dois atentados contra a sua pessoa, Bouterse, à frente do Conselho Militar Nacional, impõe a lei marcial. Em 7 e 8 de dezembro de 1982, 15 opositores : políticos, sindicalistas, jornalistas são executados.
Em política externa, a partir de 1981, Bouterse anuncia uma política de não alinhamento e de neutralismo. Declara também sua amizade por Cuba, Nicarágua e Líbia. Os governos holandês e norte-americano suspendem sua ajuda. Os conselheiros cubanos ganham de passo em passo lugar na vida pública do país.
Paramaribo expulsa os conselheiros de Washington após a invasão de Granada pelos Estados Unidos em 1983, por temor de sofrer também uma intervenção armada.