No dia 15 de março de 44 a. C., o ditador romano Caio Júlio César é apunhalado mortalmente no Senado por 60 conspiradores comandados por Marco Júnio Brutus e Caio Cássio Longinus.
César, nascido numa antiga porém não distinta família aristocrática romana, os Julii, começou sua carreira política em 78 a. C. como procurador do Partido Popular Anti-patriciado. Ganhou influência na agremiação por suas ideias reformistas e habilidades retóricas e combateu com um exército privado o rei de Pontus, em 74 a.C. Foi aliado de Pompeu, chefe reconhecido do partido, e assumiria sua posição em 67 a.C. para se tornar comandante das forças romanas do leste.
Em 65 a. C., César foi eleito pontifex maximus, supostamente graças a um grande suborno. Dois anos depois, foi feito governador da Espanha Ulterior e, em 62 a.C. retornou a Roma ambicionando o posto de cônsul.
O consulado, na essência o mais alto cargo na República Romana, era dividido entre dois políticos com mandato de um ano. Os cônsules comandavam o exército, presidiam o Senado e representavam o Estado nas relações exteriores.
César formou uma aliança – o chamado Primeiro Triunvirato – com Pompeu e Marco Licínio Crasso, o homem mais rico de Roma. Em 59 a.C. foi finalmente eleito cônsul. Apesar da oposição da maioria do Senado, a reforma da terra de César conferiu-lhe popularidade.
Em 58 a.C., César comandou quatro legiões romanas na Gália Cisalpina e na Ilíria, demonstrando, na década subseqüente, talentos militares brilhantes à medida que expandia o império e sua reputação. Entre outras façanhas, conquistou toda a Gália, fez as primeiras incursões na Bretanha e ganhou devotados apoios em suas tropas. No entanto, seu sucesso despertou ciúmes em Pompeu, levando à ruptura da aliança política.
O Senado Romano apoiou Pompeu, pedindo em vão que César deixasse o comando das tropas. Em janeiro de 49 a. C., conduziria suas legiões, cruzando o Rubicão da Gália Cisalpina em direção à Itália e declarando guerra a Pompeu e suas forças. Derrotou-o na Espanha e na Itália, porém, mais tarde, foi obrigado a retroceder à Grécia.
Em agosto de 48 a.C., em perseguição a Pompeu, estaciona perto de Farsália, ocupando uma posição estratégica. Na batalha que se seguiu, as tropas de Pompeu foram esmagadas por contingentes numericamente menores de César. Pompeu fugiu para o Egito onde foi assassinado por um oficial do rei egípcio.
César foi então designado cônsul. Mas antes de se fixar em Roma viajou demoradamente pelo império, consolidando seu governo. Em 45 a.C. regressou a Roma e se proclamou ditador perpétuo.
Como único governante, lançou ambiciosos programas de reforma. O mais duradouro deles foi o estabelecimento do Calendário Juliano que, com exceção de um ligeiro ajuste no século XVI, permanece em uso até os nossos dias.
Planejou também novas expansões imperiais na Europa Central e Oriental. Em meio a esses amplos desígnios, acabou sendo assassinado em 15 de março de 44 a.C. por um grupo de conspiradores que acreditava que sua morte levaria à restauração da República. Contudo, o resultado dos “Idos de Março” foi mergulhar Roma num novo ciclo de guerras civis, das quais Otaviano, sobrinho-neto de César, emergiria como Augusto, o primeiro imperador romano, destruindo para sempre a República.
Picryl
Militar ascenderia ao posto de Cônsul depois de derrotar Pompeu