Um grupo de ativistas climáticos realizou nesta segunda-feira (16/01) um bloqueio de quatro horas no aeroporto Altenrhein, na região de St. Gallen, na Suíça, para protestar contra a realização do Fórum Econômico Mundial de Davos.
A ação durou cerca de quatro horas e foi realizada graças a armações feitas com pedaços de madeira, arames e tambores, que bloquearam todas as entradas do aeroporto. Os manifestantes resistiram por algumas horas, até que foram desmobilizados pela polícia local.
O Fórum Econômico Mundial, evento alvo do protesto, reúne líderes dos principais países do mundo [incluindo o Brasil] e teve seu início nesta mesma segunda, apesar do contratempo com o bloqueio, que atrasou a chegada de alguns participantes.
Os manifestantes reivindicavam uma maior participação de organizações sociais e figuras da comunidade científica nas conferências que tratarão de temas relacionados ao meio ambiente e à crise climática, os quais estão programados para receber apenas políticos e representantes de grandes empresas energéticas.
Segundo as organizações, o evento em Davos contará com representante de 1,5 mil grandes grupos empresariais, incluindo gigantes do petróleo como BP, Chevron e Saudi Aramco.
Twitter / Debt for Climate
Manifestantes bloqueiam aeroporto na Suíça para protestar contra a crise climática
Para a ativista Klara Maria Schenk, porta-voz do Greenpeace, essa situação “demonstra que o debate climático está sequestrado pelas grandes empresas petroleiras”.
A ambientalista lembra que a edição deste ano da Conferência das Partes (COP28), será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, e terá como anfitrião Sultan al-Jaber, presidente da maior companhia petroleira desse país.
“A Europa está experimentando os dias mais quentes já registrados em um mês de janeiro e as comunidades ao redor do mundo estão enfrentando eventos climáticos extremos (…) enquanto isso, os ricos e poderosos se aglomeram em Davos em jatos particulares ultrapoluidores e socialmente injustos para discutir o clima e a desigualdade a portas fechadas”, questionou Schenk.
As organizações também defendem que as grandes potências do hemisfério Norte são as principais poluidoras do planeta e que, portanto, devem pagar pelas perdas e danos que causam nos países mais afetados pela crise climática.
O Fórum Econômico Mundial celebra este ano sua edição de número 52, com eventos durante toda esta semana, até a sexta-feira (20/01), dia do encerramento. O Brasil estará representado no evento pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.