O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou em coletiva de encerramento da Cúpula da Amazônia nesta quarta-feira (09/08), as “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental” e exaltou a importância do evento realizado em Belém, no Pará, com a participação de movimentos sociais e dos presidentes de países amazônicos.
Segundo Lula, com esse encontro dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), “a Amazônia fala ao mundo, e dá uma resposta sobre o que precisamos”.
O que dissemos ao mundo é que não aceitaremos mais criar teses que não serão colocadas em prática. Os países desenvolvidos precisam colocar dinheiro nas ações de preservação ambiental, não só na copa das árvores, mas também dos povos que habitam nas florestas.
— Lula (@LulaOficial) August 9, 2023
“Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia que precisa de dinheiro, não é a Venezuela. É a natureza, que o desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu, que está precisando de dinheiro e financiamento”, apelou o mandatário.
Lula destacou como os líderes amazônicos buscaram, nos dois dias de cúpula, desde terça-feira (08/08), uma solução conjunta em fóruns internacionais para o bioma, nos quais reivindicou também “maior representatividade” dessas nações.
Flickr/Palácio do Planalto
Lula destacou como os líderes amazônicos buscaram solução conjunta em fóruns internacionais para o bioma,
Nesta linha, o brasileiro exigiu que “os compromissos climáticos dos países desenvolvidos sejam cumpridos”.
“Promover e valorizar a floresta significa não apenas manter sua dignidade, mas dos quase 50 milhões de habitantes que vivem na Amazônia”, lembrou o presidente, alinhado com demais discursos sobre a questão ambiental, em especial em conversas sobre a negociação do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.
Lula destacou ainda o fato de os presidentes dos países que compõem a OTCA, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, não se reunirem há 14 anos.
Assim, pediu “uma OTCA fortalecida, com reuniões regulares de presidentes e autoridades, com maior participação dos cidadãos, dos povos indígenas e da estruturação do Parlamento da Amazônia”.
Lula também destacou a participação da sociedade civil antes do encontro, por meio dos chamados Diálogos Amazônicos, um conjunto de iniciativas da sociedade civil organizada com o objetivo de pautar a formulação de novas estratégias para a região, segundo o governo Federal.
Com encontros que aconteceram de 4 a 6 de agosto, Lula expressou “diálogos maravilhosos com uma capacidade incrível de discutir estas questões”.
(*) Com Ansa, Brasil247 e TeleSUR