Durante a IV Cúpula da Amazônia, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs nesta terça-feira (08/08) a criação de uma aliança militar regional para defender a floresta amazônica e um tribunal de justiça ambiental para julgar os crimes cometidos na região.
“Devemos criar um tratado de cooperação militar para interditar o que vai contra a selva amazônica em todos os nossos países, obviamente respeitando nossas soberanias”, disse o presidente.
Un tribunal amazónico de justicia para los delitos ambientales contra la selva, un tratado militar amazónico, un centro multilateral de investigación científica de la Selva, una Organización de tratado de cooperación amazónica, OTCA, que se abra a los movimientos sociales… pic.twitter.com/0awf5ZPVFK
— Gustavo Petro (@petrogustavo) August 8, 2023
Nesse sentido, Petro apresentou a proposta de tratado militar e judicial face ao aumento das ilegalidades e “crimes contra a humanidade” ao mesmo tempo que salientou que a vida “se defende com razões, mas também com armas”.
Por sua vez, o chefe de Estado colombiano indicou que nas próximas semanas será realizada uma reunião dos ministros da Defesa da região, na qual poderá ser definida a proposta.
“Acho que seria importante uma reunião de ministros da Defesa para ver se poderíamos chegar a esse tipo de acordo militar”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, o presidente propôs a criação de um tribunal de justiça ambiental amazônico para “julgar crimes contra a Amazônia, reconhecendo os direitos à floresta amazônica”.
Twitter/Presidencia Colombia
Petro apresentou a proposta de tratado militar e judicial face ao aumento das ilegalidades e "crimes contra a humanidade" na Amazônia
“Me parece que deveríamos criar um Tribunal de Justiça Ambiental da Amazônia. Ouvi essa ideia de Rafael Correa [ex-presidente do Equador] há muito tempo em escala global, mas poderíamos torná-la privada”, enfatizou.
O discurso do presidente colombiano também abordou críticas à exploração de petróleo na Amazônia. Segundo sua proposta, a declaração final do encontro deveria ter uma “sinalização clara pelo fim da exploração de petróleo na Amazônia”, no entanto o assunto não foi consenso na reunião.
Por sua vez, a Declaração de Belém trouxe em seu 64º ponto o princípio de “trabalhar em conjunto na implementação de ações para erradicar a exploração ilícita de minerais e delitos conexos, incluindo lavagem de dinheiro, especialmente no que diz respeito à troca de informações sobre comércio e contrabando de mercúrio e outros metais pesados e à harmonização de políticas públicas para sua regulamentação e controle”.
J´á em seu 66º ponto, afirma sobre o início de um diálogo para a criação de um Sistema de Controle de Tráfego Aéreo para o “monitoramento do tráfego aéreo ilícito e no combate ao narcotráfico e outros delitos conexos, ao desmatamento e à exploração ilegal de recursos naturais na Região Amazônica”, mas mais uma vez, sem mencionar a extração de petróleo em si.
Por fim Petro pediu que apesar de não inserir o assunto na declaração, decisões fossem tomadas sobre a extração.
(*) Com TeleSUR