Terça-feira, 10 de junho de 2025
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Os suíços votaram neste domingo (18/06) em um referendo a favor da neutralidade de carbono até 2050, em um país que sente o impacto do aquecimento global no derretimento de suas geleiras.

De acordo com os resultados finais, 59,1% dos eleitores foram a favor da nova lei, que forçará o país a reduzir drasticamente sua dependência de petróleo e gás importados.

A nova lei também implica um compromisso com o desenvolvimento de alternativas mais amigáveis ao meio ambiente.

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Entre as várias medidas contidas na proposta aprovada está um pacote de auxílio de mais de 3,2 bilhões de euros ao longo de dez anos para ajudar a substituir os sistemas de aquecimento a gás ou a óleo por sistemas de geração de emissões mais baixas, assim como para apoiar a inovação tecnológica das empresas.

Emissões líquidas zero é equivalente à neutralidade climática ou neutralidade de carbono, que é alcançada quando os níveis de CO2 emitidos na atmosfera são menores ou iguais aos removidos por vários meios.

Segurança energética

Em um segundo referendo, 78,5% dos cidadãos também apoiaram um imposto de 15% sobre grandes empresas multinacionais, de acordo com as primeiras pesquisas de boca de urna. O comparecimento em ambos os referendos foi de cerca de 42%.

Quase 60% dos eleitores apoiaram nova lei, que forçará o país a reduzir drasticamente dependência de petróleo e gás

Public Domain Pictures

Nova lei também implica compromisso com desenvolvimento de alternativas mais amigáveis ao meio ambiente

Pesquisas recentes mostraram um forte apoio à proposta de neutralidade de carbono, apesar das advertências do Partido Popular Suíço (SVP), de direita, de que tal lei poderia prejudicar a economia.

Os defensores da “Lei Federal sobre Metas de Proteção Climática, Inovação e Fortalecimento da Segurança Energética” argumentaram, em vez disso, que a legislação é necessária para garantir a segurança energética.

Eles também argumentaram que ela ajudaria a lidar com o impacto da mudança climática, evidenciado pelo derretimento dramático das geleiras nos Alpes suíços, que perderam um terço de seu volume entre 2001 e 2022.

O importante glaciologista suíço Matthias Huss, que monitora o declínio das geleiras, elogiou no Twitter o “forte sinal” enviado pelo resultado e disse estar “muito feliz que os argumentos da ciência climática tenham sido ouvidos”.