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Opinião

O papel da escola é a formação integral do cidadão

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Anísio Teixeira talvez nunca tenha sido tão lembrado como agora, quando parte de sua obra está mais ameaçada do que em qualquer outro momento

Carlos Ferreira Martins

São Carlos (Brasil)
2021-03-14T14:00:00.000Z

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A afirmação, apesar do que possam achar seguidores do genocida e fariseus em geral, não é de nenhum comunista ou maconheiro sanguessuga dos cofres públicos. 

Anísio Teixeira, baiano de Caetité, nasceu em 1900 e morreu há exatos 50 anos. E talvez nunca tenha sido tão lembrado como agora, quando parte de sua obra está mais ameaçada do que em qualquer outro momento.

Com Darcy Ribeiro e Paulo Freire, ele forma a tríade dos grandes educadores brasileiros do século XX. Vinte anos mais velho que ambos, há quem o considere o fundador da escola pública no Brasil.

Se numa perspectiva histórica devemos compreender que a criação da escola pública é conquista de muitas lutas e de muitos agentes – e hoje motivo de enorme resistência ao desmonte -, não há dúvida de que poucos tiveram a mesma posição de liderança intelectual e política.

Foi um dos redatores do Manifesto da Escola Nova, de 1932, ainda considerado o principal documento programático da educação pública, republicana e universal no Brasil. Neste estão firmados os princípios de que a educação deve ser pública, ou seja, dever do Estado, deve ser universal, ou seja, direito de todos, e deve ser republicana, ou seja, igualitária e destinada a formar cidadãos aptos ao pleno uso de sua consciência social.

Isso seria suficiente para colocá-lo nos livros de história, mas foi apenas o começo de suas muitas lutas e contribuições. 

Fundou a Universidade do Distrito Federal em 1935. Perseguido pela ditadura do Estado Novo, voltou à sua Bahia natal e ali aplicou, pela primeira vez no Brasil, os princípios do filósofo e educador John Dewey, de quem foi aluno nos Estados Unidos, implantando o ensino integral para crianças e jovens.

Reprodução/Casa Anísio Teixeira
Anísio Teixeira talvez nunca tenha sido tão lembrado como agora, quando parte de sua obra está mais ameaçada do que qualquer outro momento

O Convênio Escolar, ação combinada entre a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado, que construiu mais de 130 equipamentos escolares entre 1948 e 1954 teve sua inspiração direta.

Foi secretário geral da CAPES e inspirou a criação do INEP, que hoje leva seu nome. No final dos anos 50 liderou com Darcy Ribeiro a luta pela criação da Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira.

Incansável, criou a Universidade de Brasília, junto com Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer e foi seu reitor até ser afastado pela ditadura militar. 

Morreu em circunstâncias estranhas em 11 de março de 1971. A versão oficial é que caiu no poço do elevador do edifício em que morava o amigo que ia visitar. A família afirma até hoje que há testemunhas de que, nos dois dias passados entre seu desaparecimento e o encontro do corpo, ele foi preso e assassinado pela ditadura do General Garrastazu Médici.

Toda vez que vejo aquela curiosa placa que pede para verificar se o elevador está parado no andar, eu lembro de Anísio Teixeira. A partir desta semana vou passar a torcer para que Lula olhe sempre duas vezes antes de entrar no elevador.

*Carlos Ferreira Martins é professor titular do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos

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Política e Economia

Manifestantes em Mineápolis protestam pela segunda noite consecutiva contra morte de jovem negro

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Daunte Wright, 20 anos, foi morto no domingo (11/04) a 16 km do local em que ocorreu a morte de George Floyd

Redação

RFI RFI

Roma (Itália)
2021-04-13T14:16:00.000Z

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Mineápolis viveu uma segunda noite de protestos nesta terça-feira (13), apesar do início do toque de recolher na cidade americana, agitada pela morte supostamente acidental de um jovem negro por uma policial, em meio ao julgamento do ex-policial acusado pela morte de George Floyd, que mantém os Estados Unidos sob suspense. Daunte Wright foi morto por uma agente da polícia no domingo (11/04).  

O presidente americano, Joe Biden, pronunciou-se mais cedo sobre o ocorrido no fim de semana, dizendo que manifestações pacíficas são compreensíveis, mas que não há "absolutamente nenhuma justificativa" para violências.  

Após os protestos da noite de domingo, o prefeito de Mineápolis, Jacob Frey, decretou toque de recolher, que entrou em vigor às 19h desta segunda-feira (12/04) também na vizinha Saint Paul e nos três condados da região metropolitana, incluindo Hennepin, onde ocorreu o incidente. 

Morte “acidental” 

Wright, 20 anos, foi morto a tiros por "acidente" enquanto dirigia no domingo pelo Brooklyn Center, um subúrbio de Mineápolis, segundo a polícia. Os agentes haviam ordenado que o motorista do veículo parasse por uma infração de trânsito. Quando descobriram que ele tinha um mandado de prisão pendente, tentaram prendê-lo. 

O jovem desobedeceu a ordem de deixar o carro e seguiu no automóvel. A policial Kim Potter gritou “taser” (pistola elétrica de imobilização) e atirou. A policial acusada tem carreira de 26 anos e foi suspensa.  

O comandante da polícia local, Tim Gannon, disse que o caso foi "acidental" e que a policial envolvida não queria atirar, mas confundiu sua arma de fogo com a taser. "Foi um tiro acidental que resultou na trágica morte" de Wright. 

Ao toque de recolher se soma a mobilização de mil soldados da Guarda Nacional, para evitar novos tumultos. Ignorando a ordem da prefeitura, dezenas de manifestantes continuaram agitando cartazes e cantando palavras de ordem sob a chuva, em frente à delegacia de Brooklyn Center City. 

“Não consigo respirar”    

Essa nova morte de um cidadão negro pelas mãos da polícia reacendeu o trauma de uma cidade que sofreu várias noites de incidentes após a morte de George Floyd, em 25 de maio de 2020. Na noite de domingo, a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar uma multidão que se reunia em frente à delegacia do Brooklyn Center. 

Após os incidentes, a defesa do ex-agente acusado pela morte de Floyd, Derek Chauvin, pediu ao juiz que conduz o processo que isolasse o júri, preocupado que as manifestações pudessem influenciar sua decisão. Mas tanto a promotoria quanto o juiz se recusaram a fazê-lo. "Vamos isolá-los na segunda-feira, quando antecipamos as alegações finais", informou o magistrado. 

Chauvin enfrenta acusações de homicídio culposo e doloso em segundo grau por seu papel na morte de Floyd, após imobilizá-lo colocando o joelho sob seu pescoço quando ele havia sido preso por supostamente ter feito um pagamento com uma nota falsa 

Vários vídeos mostram Chauvin pressionando o pescoço de Floyd por mais de nove minutos enquanto ele repetidamente lhe diz que não consegue respirar. As imagens desencadearam uma onda de protestos contra o racismo e a brutalidade policial nos Estados Unidos e no mundo.

A promotoria busca provar que a morte de Floyd foi causada por asfixia por parte da ação de Chauvin durante a prisão, e, para isso, convocou vários médicos a depor. Já a defesa argumenta que o óbito está relacionado ao fentanil encontrado em seu sangue, que se soma a fatores de saúde. 

O cardiologista Jonathan Rich testemunhou que a morte ocorreu devido aos baixos níveis de oxigênio induzidos pela "asfixia posicional" a que foi submetido. "Não vejo nenhuma evidência de que uma overdose de fentanil tenha causado a morte de Floyd", ressaltou Rich. 

A poderosa organização de direitos civis ACLU afirmou que a morte de Wright foi uma das 260 causadas pela polícia até agora em 2021. "O que precisa acontecer para que a polícia pare de matar pessoas de cor?", perguntou em um comunicado Ben Crup, o advogado da família Floyd, que também representará os parentes de Wright. 

AFP/Telam
Cerca de 40 pessoas foram presas no protesto desta noite

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