O establishment econômico alemão e também o sentimento conservador estão cada vez mais preocupados com a deriva mais para a esquerda manifesta pelo candidato social-democrata, Peer Steinbrück.
Steinbrück anunciou seu plano para os primeiros 100 dias de seu governo, ganhando a alcunha de “François Hollande alemão”.
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O plano prevê:
1) O estabelcimento de um salário mínimo de 8,50 euros a hora, para toda a Alemanha.
2) Aumento do imposto sobre a renda de 42% para 49% para ganhadores de mais de 100 mil euros anuais.
3) Criação de um imposto sobrer as grandes fortunas.
4) Fixação de limites para os ganhos rentistas.
5) Suspensão da bolsa paga pelo governo para os pais (mães, na verdade) que decidam ficar em casa com seus rebentos aos invés de trabalhar, e inversão das verbas assim liberadas em creches públicas e outras formas de infra-estrutura para atendimento coletivo de crianças.
6) Extensão do direito à dupla cidadania para as crianças de pais estrangeiros nascidas na Alemanha.
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Ainda não houve uma explicação sobre os motivos que têm levado Steinbrück a dar esta guinada para a esquerda. Talvez seja a constatação de que o eleitorado mais à direita está firmemente ancorado na disposição de votar pela manutenção do status quo, pois nas recentes pesquisas dos diferentes institutos a oscilação do voto na CDU/CSU tem oscilado pouco.
O quadro, no momento, é o seguinte, levando em conta a intenção de votos mínima e máxima de cada partido: CDU/CSU 39-42%; SPD 22-25%; Verdes 11-13%; Linke 7-10%; FDP 5-7%; Piratas 2-3%.
Outra novidade no quadro político é que a Linke anunciou que apoiaria um governo formado por uma coligação SPD/Verdes. Isto pode definir um novo equilíbrio de forças depois da eleição, sobretudo se o FDP oscilar para baixo e ficar fora do Parlamento devido à cláusula de barreira de 5%. E caso, também, Steinbrück mantenha a palavra empenhada, de que em hipótese alguma faria uma coligação com o partido de Angela Merkel.
(*) artigo publicado originalmente em Carta Maior