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Política e Economia

Colômbia vota após campanha marcada por troca de acusações e denúncias mútuas

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Além disso, voto em branco e alta abstenção revelam desinteresse por eleição que não debateu assuntos mais populares

Vanessa Martina Silva

2014-05-25T09:00:00.000Z

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A campanha colombiana não empolgou o eleitorado que irá às urnas neste domingo (25/05), em meio ao alto crescimento econômico do país e discussões sobre como encerrar o mais longo conflito armado do mundo. Ao invés de propostas e debate político, os eleitores assistiram a troca de acusações e denúncias mútuas entre os principais concorrentes. O presidente e candidato à reeleição, Juan Manuel Santos, chega à reta final como favorito em cenário indefinido para um segundo turno.

Reprodução/ Facebook

Candidatura de Juan Manuel Santos recebeu apoio de parte do Partido Conservador, do Partido Progressista e de lideranças de esquerda

“Fria” e “distante da realidade dos colombianos”, a campanha não debateu temas como a crise no campo, propostas para a criação de empregos, melhoria na saúde e na educação, além de soluções para a questão da violência. Como o voto não é obrigatório na Colômbia, a média histórica de abstenções tem ultrapassado 50%.

Leia também: 7 fatos sobre Juan Manuel Santos nas eleições colombianas

Apesar das trocas de acusações, os três principais candidatos têm mais semelhanças do que diferenças em seus projetos eleitorais. O único ponto de discordância que se destaca entre os três principais candidatos é o acordo de paz. Santos, da coalizão Unidade Nacional e Enrique Peñalosa do Aliança Verde, são favoráveis à continuidade dos Diálogos de Paz, mantido pelo governo com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), enquanto Óscar Iván Zuluaga, do partido Mudança Democrática, apadrinhado de Álvaro Uribe, se opõe.

Agência Efe

Considerado neutro na disputa, Peñalosa pode surpreender devido ao grande descontentamento com a briga entre os dois favoritos

Vozes dissonantes, Clara López e ​Aída Avella, duas figuras históricas da esquerda no país, tentaram lançar as bases de um debate político mais sólido, mas não conseguiram unir a oposição progressista em seu entorno. Dessa forma, a candidatura do Polo Democrático provavelmente não passará a marca de 10% dos votos.

Leia também: matéria mulher

Outro ator de destaque nas eleições, o voto em branco esteve durante a campanha eleitoral com uma média de 20% da intenção dos eleitores. Os colombianos veem esta opção como maneira de se manifestar contra as mazelas e irregularidades no país.

Diálogos de Paz

Pesquisa realizada pelo instituto Datexco, no entanto, revelou que apesar de ter sido o tema principal dos debates e desentendimento dos presidenciáveis, o Diálogo de Paz realizado em Havana é apenas o sexto tema de interesse dos cidadãos, que estão mais preocupados com emprego, saúde, educação e segurança.

Reprodução/ Facebook

Zuluaga fala sobre seu projeto de paz e para a agricultura diante de empresários

Santos fez das conversas o baluarte de sua campanha eleitoral com a ideia de que a paz trará mais desenvolvimento econômico ao país. O tema, no entanto, não sustentou sua candidatura. A intensa troca de acusações entre ele, Zuluaga e Uribe, somadas às denúncias que afetaram a imagem de ambos, provocou grande desgaste à sua imagem.

Uma pesquisa divulgada recentemente mostrou um cenário inédito em que o mandatário perderia a presidência para o candidato verde Peñalosa, em um possível segundo turno entre ambos.

Leia também: Matéria voto em branco

Santos foi ministro de Defesa de Uribe, responsável pela estratégia que resultou na morte de líderes importantes da guerrilha. Apesar disso, em nome da continuidade dos diálogos, parte da esquerda tem manifestado apoio a ele de forma aberta, como fez o prefeito progressista de Bogotá, Gustavo Petro, ou velada, como a ativista pelos direitos humanos e ex-senadora, Piedad Córdoba. 

Já Zuluaga, que aparece empatado com Santos nas últimas pesquisas, segue os passos de Uribe. “O Zorro”, apelido que pegou durante a campanha, assim como seu padrinho, defende o extermínio da guerrilha e o fim dos diálogos. Nos últimos dias, afirmou que aceitaria a criação de um partido formado por ex-guerrilheiros, desde que estes não tenham participado de “crimes de lesa humanidade”.

Peñalosa apoia o diálogo e promete mantê-los, se eleito. Já a conservadora Marta Lucía Ramírez, em quinto lugar nas pesquisas, é critica das negociações.

Insegurança e desemprego

Apesar de apresentar um dos maiores crescimentos na América do Sul (4,2%), a Colômbia mantém uma taxa de desemprego de 10,4% — alta se comparada com a do Brasil, de 6,9%, e da Venezuela, 7,8%, segundo dados do Banco Mundial de 2012. 

As propostas dos candidatos para o problema são vagas e sem detalhamento de como serão realizadas. Santos promete criar mais de 2,5 milhões de empregos a partir da assinatura do plano de paz. Zuluaga defendeu o aumento de 10% no salário mínimo com alívio de impostos para “ajudar o trabalhador”. Já Peñalosa afirmou que para aumentar o emprego no país é necessário investir em educação, segurança e oferecer apoio a microempresários.

A segurança é outro ponto-chave. A Colômbia é o segundo país mais violento da América do Sul, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). Para a questão também não há projetos concretos, como se observa na proposta dos candidatos. Santos afirma que vai “aumentar o número de câmeras de segurança” e vai incentivar que os cidadãos denunciem as ocorrências. Zuluaga irá “estimular a redução do preço dos celulares para desestimular o furto” de aparelhos — uma das modalidades mais recorrentes no país. Já Peñalosa investirá em “tecnologia para identificar e prender os delinquentes”, que terão seus bens confiscados.

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Sociedade

Chuvas na Austrália causam enchentes na região de Sydney e 85 mil devem deixar suas casas

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Em menos de uma semana choveu mais do que a média esperada para todo o mês de junho na cidade australiana

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2022-07-06T16:59:00.000Z

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As chuvas fortes e incessantes na costa leste da Austrália provocam enchentes históricas na região de Sydney, onde diversas estradas e pontes estão encobertas pelas águas. Nesta quarta-feira (06/07), milhares de australianos deixavam suas casas em busca de locais mais seguros ao norte do país.

As cheias começaram na semana passada e estão longe de terminar. Só na cidade de Sydney, em quatro dias caíram 208 mm de chuvas, mais do que a média esperada para todo o mês de junho.

Com isso, os rios transbordaram, deixando bairros inteiros inundados. As autoridades australianas deram ordem de evacuação para 85 mil habitantes.

Algumas estradas e pontes estão debaixo d’água, reduzindo as possibilidades de rota de fuga dos habitantes. Os serviços de resgate de Nova Gales do Sul já receberam mais de 7 mil pedidos de ajuda e fizeram centenas de resgastes nos últimos dias, conforme relatou Ashley Sullivan, um dos responsáveis pelos serviços de resgate local para a televisão News Channel.

#NSWRFS aviation crews undertook reconnaissance over the Windsor area of Sydney this afternoon, as we continue to assist the @NSWSES with flood and storm damage. Crews are also helping with the clean-up where waters are receding. pic.twitter.com/YkQdFWW45J

— NSW RFS (@NSWRFS) July 6, 2022

O governo federal declarou estado de calamidade pública por desastre natural em 23 áreas do Estado de Nova Gales do Sul, incluindo a capital Sydney. Os serviços meteorológicos preveem que as chuvas continuarão na região até o final de semana.

Twitter/NSW RFS
Serviços de resgate de Nova Gales do Sul já receberam mais de 7 mil pedidos de ajuda

Chuvas históricas

O total de chuvas deste ano para a região já é a maior registrada desde 1890. Até agora, Sydney acumulou 1769 mm de precipitação, 191mm a mais do que o recorde de mais de um século.

Com as tempestades contínuas, o ano de 2022 deve ser o mais chuvoso da região desde 1859. Faltando cinco meses para seu fim, 2022 já aparece como o 11° ano com mais chuvas em Sydney no histórico de registros, segundo a agência meteorológica Weatherzone.

Nesta quarta, o primeiro-ministro Anthony Albanese visitou a área afetada e prometeu que seu governo se dedicará a buscar "soluções de longo prazo" para os desastres naturais que têm atingido a costa do país.

Embora "a Austrália sempre tenha sido propensa a inundações e incêndios florestais", os cientistas advertem que a mudança climática tornará esses eventos mais frequentes e intensos. "É o que está acontecendo", afirmou ele.

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