O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, discursou nesta quarta-feira (21/09) na 77ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, e denunciou o bloqueio econômico norte-americano contra a ilha, afirmando que o cerco é um “ato de guerra econômica em tempos de paz”.
Rodríguez reafirmou que os Estados Unidos seguem com o bloqueio econômico mesmo a Assembleia Geral da ONU votar anualmente pelo fim do cerco imposto contra Cuba desde 1962. Segundo o chanceler, os norte-americanos “continuam ignorando a demanda quase unânime da comunidade internacional para que cesse sua política ilegal e cruel“.
“Durante mais de seis décadas estamos resistindo um cruel e unilateral bloqueio econômico, comercial e financeiro intensificado ao extremo, a níveis sem precedentes desde 2019 e durante a pandemia [da covid-19]”, disse Rodríguez.
O ministro ainda denunciou que a gestão de Joe Biden “reforça as pressões” a outros Estados, instituições bancárias e empresas do mundo “interessadas em se relacionar” com Cuba, “perseguindo obsessivamente todas as fontes de ingresso e entrada de divisas no país, para provocar o colapso econômico”.
De acordo com Rodríguez, com a continuidade do bloqueio, persiste o “empenho de gerar carências materiais, escassez e sofrimento”, causando o “desalento, a insatisfação e provocar danos no povo cubano”.
Divulgação/ ONU
Chanceler cubano afirmou que medidas unilaterais dos EUA são ‘ato de guerra econômica em tempos de paz’
O ministro ainda disse que a gestão Biden “mantêm vigente as medidas de pressão mais agressivas” contra a ilha, as mesmas que, segundo ele, foram adotadas pelo ex-presidente Donald Trump.
Além da denúncia contra o bloqueio, Rodríguez também rechaçou a inclusão e a permanência de Cuba na lista de países patrocinadores de terrorismo, afirmando que Havana que é “vítima do terrorismo de Estado”.
'Sociedade socialista mais justa'
Rodríguez também transitou em outros temas, como as políticas de Cuba para controlar a covid-19, integração regional, multilateralismo e a construção de uma sociedade “socialista mais justa”.
“As relações internacionais estão em um caminho muito perigoso. A ofensiva norte-americana visava subjugar os Estados por meio de ameaças e coerções econômicas, militares, políticas e diplomáticas, para submetê-los a uma ordem baseada em suas caprichosas regras”, disse.
O ministro recordou que o país lutou contra o novo coronavírus com “recursos e vacinas próprias e a solidez do nosso sistema de saúde pública e da ciência”. “Conseguimos colaborar com o envio de 58 brigadas médicas a 42 países e territórios”, recordou.
Ainda em sua fala, o chanceler assegurou que Cuba “continua trabalhando” para “melhorar a vida econômica e social” do país.