O centro histórico de Roma, capital da Itália, é palco de um protesto de agricultores nesta sexta-feira (09/02), em uma tentativa de pressionar o governo da premiê de direita Giorgia Meloni a se encontrar com representantes da categoria.
Convencido pela mobilização, o governo Meloni convocou sindicatos e cooperativas agrícolas para uma reunião no Palácio Chigi, sede do Executivo.
Além de Meloni, participam do encontro os vice-premiês Antonio Tajani e Matteo Salvini e diversos ministros, incluindo o da Agricultura, Francesco Lollobrigida, alvo de críticas pelos manifestantes.
Da parte dos agricultores, a discussão reúne a Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos (Coldiretti), a Confederação-Geral da Agricultura (Confagricoltura), a Confederação Italiana dos Agricultores (CIA), a Confederação dos Produtores Agrícolas (Copagri) e a Aliança das Cooperativas Italianas.
O objetivo da reunião é debater as principais reivindicações do setor, em meio a uma onda de protestos que tomou conta da União Europeia nos últimos dias.
“Não é a primeira vez que nos encontramos, mas achava importante revê-los hoje para continuar debatendo sobre as políticas nacionais e europeias que dizem respeito à agricultura, um setor estratégico para nossa economia e que está no centro de nossa ação”, disse Meloni no encontro.
Radio Vaticana/Twitter
Mais de 500 máquinas, provenientes de todo o país, estão reunidas no anel viário que circunda Roma
Durante a reunião, quatro tratores com bandeiras italianas atravessaram a Piazza della Repubblica e prosseguiram pela Via Cavour em direção ao Coliseu, em um ato convocado pelo movimento independente Redenção Agrícola. Os veículos levavam cartazes com os dizeres “Sem agricultores não há comida nem futuro”.
Além disso, mais de 500 máquinas, provenientes de todo o país, estão reunidas no anel viário que circunda a capital.
Assim como no restante da UE, a categoria critica o excesso de regulamentação ambiental e os acordos comerciais no bloco.
Na Itália em específico, os manifestantes também reclamam do fim da desoneração do imposto de renda para pessoas físicas (Irpef) para agricultores, que estava em vigor desde 2017.
O benefício foi revogado no fim do ano passado pelo governo Meloni, que agora promete reintroduzir a medida para agricultores com renda agrária de até 10 mil euros por ano (R$ 54 mil).
(*) Com Ansa