A Alemanha registrou, em maio, um déficit na balança comercial pela primeira vez em 30 anos. Com a subida dos preços da energia, do gás natural e petróleo, fez com que os custos de importação tenham subido no país. Ao mesmo tempo, as disrupções no comércio internacional desde o início da guerra afetaram as exportações alemãs. Resultado: um déficit comercial de mil milhões de euros em maio.
Em relação ao mês anterior, as importações subiram 2,7%, ao passo que as exportações caíram 0,5%, segundo os dados da agência nacional de estatísticas, confirmando as dificuldades comerciais do país desde o início da guerra. Se compararmos com o mesmo mês do ano passado, o valor das importações bquase 30%.
Os líderes políticos alemães olham para este fenómeno com grande preocupação e avisam que o país atravessa a maior crise económica dos últimos tempos. O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o país enfrenta um “desafio histórico”, depois de, nos últimos anos, a indústria exportadora e os excedentes comerciais terem sido a base do modelo econômico alemão. Com esta quebra, os riscos de recessão se acentuam na Zona Euro.
Nova lei para salvar empresas em dificuldades
Face à crise econômica, o governo alemão já aprovou as primeiras medidas. O destaque vai para a nova lei que permite que o Estado assuma posições em empresas que enfrentem dificuldades extremas devido à escalada do preço do gás importado. Na prática, a nova lei assinada pelo Governo abre a porta a resgates ou mesmo nacionalizações de empresas estratégicas.
O Financial Times sublinha que a lei, que ainda terá de ser aprovada pelo parlamento alemão, permite ao governo resgatar a gigante energética Uniper, a maior empresa importadora de gás russo. As alterações à lei também permitem às empresas passar os custos acrescidos aos consumidores de forma a evitarem a insolvência.
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Líderes políticos alemães olham para este fenómeno com grande preocupação
Nos últimos dias, surgiram notícias sobre os planos do Governo para nacionalizar uma parte do gasoduto Nord Stream 2, numa tentativa de facilitar a acumulação de reservas de gás. Apesar disso, as autoridades têm alertado para o facto de o gás ter de ser racionado no próximo inverno, através de restrições ao consumo para consumidores industriais.
(*) Com Esquerda.net