As duas membros da banda russa Pussy Riot libertadas da prisão nesta semana após anistia concedida pelo governo de Vladimir Putin concederam entrevista coletiva à imprensa, nesta sexta-feira (27/12), em Moscou. Para elas, as liberações concedidas às duas, a ativistas do Greenpeace e ao opositor e magnata do petróleo Michail Chodorkowski foram um “truque de marketing” do presidente antes das Olimpíadas de Inverno de Sochi, que acontecem em fevereiro no país.
“Com as Olimpíadas se aproximando, Putin não quer ver seu projeto favorito arruinado”, disse Nadezhda Tolokonnikova, uma das integrantes da banda. “Não tem nada a ver com humanismo. As autoridades só fizeram isso sob pressão das sociedades russa e ocidental.” Ela afirmou, ainda, temer que haja “mais repressão após as Olimpíadas”.
Tolokonnikova ainda defendeu que os Jogos sejam boicotados. “Querendo ou não, ir às Olimpíadas na Rússia é a aceitação de uma situação política interna, uma aceitação do caminho tomado por uma pessoa que está interessado nelas acima de tudo – Vladimir Putin.”
Agência Efe
Maria Aljochina (esq.) e Tolokonnikova concederam entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, em Moscou
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Elas anunciaram a criação de um projeto de defesa dos direitos dos presos russos, chamado “Zona do Direito”. “Esse projeto começou há tempos, quando começamos a nos dedicar à defesa dos direitos humanos nas prisões onde cumpríamos pena. Nossa vida agora está muito vinculada a esse projeto”, disse Tolokonnikova .
As duas foram presas após, em fevereiro de 2012, cantarem contra Putin no principal templo ortodoxo russo. Durante o julgamento que as levaria à prisão por ofender os sentimentos dos religiosos, as integrantes do grupo declararam que sua ação no templo tinha fins políticos e não estava dirigida contra os crentes ortodoxos.
A banda é formada por Tolokonnikova, Maria Aljochina e Yekaterina Samutsevich – esta última, em liberdade condicional desde outubro de 2012.
(*) Com Tagesschau, Reuters e Efe