Apesar de declarar que o governo iraniano apoia “orgulhosamente” a causa palestina, Teerã negou nesta segunda-feira (09/10) envolvimento com os ataques do grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, contra Israel.
De acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, o país não interfere “nos processos decisórios de outros países, incluindo a Palestina”.
Já a missão do Irã nas Nações Unidas (ONU) disse que o país “não está envolvido na resposta [a Israel], que foi conduzida apenas por palestinos”. “A ação da resistência palestina foi uma defesa plenamente legítima contra os crimes e as usurpações do ilegítimo regime sionista”, ressaltou.
As ações foram deflagradas no sábado (07/10) com uma ampla operação militar contra territórios que pertenciam à Palestina, mas que foram ocupados por colonos israelenses nos últimos anos. O ataque já provocou cerca de 800 mortes em solo israelense e 413 palestinos.
A ofensiva foi liderada pelo comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, que apareceu em um vídeo difundido nas redes sociais dizendo que cinco mil foguetes haviam sidos disparados contra o território ocupado, e que esse seria “apenas o começo de uma nova estratégia do movimento na luta contra a opressão israelense”.
Contra a ação, ainda no sábado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou o início da operação “Espadas de Ferro”, que consiste em uma nova série de bombardeios à Faixa de Gaza, território controlado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Israel Defense Forces
Após ação do Hamas, forças israelenses iniciara operação ‘Espadas de Ferro’, que consiste em uma nova série de bombardeios à Faixa de Gaza
O Irã negando participação no ataque do Hamas, o grupo xiita Hezbollah, por sua vez, apoiado por Teerã, garantiu que não vai intervir no conflito, “a menos que Israel cometa uma agressão” contra o Líbano.
O movimento também desmentiu o lançamento de mísseis em direção ao território israelense, após uma TV saudita ter noticiado o disparo de 12 foguetes a partir do sul libanês.
O que aconteceu?
Na manhã de sábado, o grupo de resistência palestina Hamas iniciou um bombardeio dos territórios palestinos ocupados, no qual foram disparados cerca de 5 mil foguetes.
A ação provocou uma rápida resposta de Israel, que lançou forte ofensiva militar aos territórios da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oeste, a qual pode ser considerada ilegal, já que não conta com o respaldo da comunidade internacional.
Nesta segunda-feira (09/10), os combates seguem, e Israel afirmou que retomou o controle total das localidades atacadas no sul. Segundo um novo balanço, mais de 700 israelenses e 413 palestinos morreram, enquanto os ataques deixaram mais de 2.300 feridos.
(*) Com Ansa.