Os ministros de Interior dos países europeus se reuniram neste domingo (11/01) em Paris junto com o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, e decidiram, como resposta à violência, reforçar o controle das fronteiras exteriores da União Europeia, dos viajantes e dos conteúdos divulgado na internet.
Agência Efe
Marcha em Paris reuniu diversos líderes europeus; pouco antes, governos da UE concordavam em aumentar rigor no continente
O encontro, realizado em resposta aos atentados que comoveram a França esta semana e deixaram 17 vítimas mortais, terminou com a vontade de “trabalhar juntos contra o terror”, com uma melhora das ferramentas e normas já disponíveis e com novas iniciativas.
O ministro francês de Interior, Bernard Cazeneuve, mostrou em nome de seus colegas de Espanha, Alemanha, Reino Unido, Itália e Bélgica, entre outros países, a intenção expressa de que esta determinação se traduza em breve em “ações concretas” dentro da UE. Ele ressaltou a urgência de aumentar o controle dos deslocamentos dos combatentes estrangeiros e a luta contra “os vetores de radicalização”, especialmente na internet.
Os ministros pretendem compartilhar informação “dentro do respeito às liberdades fundamentais” e realizar uma inspeção mais profunda de “certos passageiros” com base em critérios objetivos, sem que isso atrapalhe a circulação de pessoas.
Um dos pedidos formulados foi a aprovação do registro de dados de passageiros, ferramenta que compila dados pessoais dos viajantes aéreos com origem ou destino à UE. A proposta está bloqueada no trâmite parlamentar europeu por causa das dúvidas que provoca em relação ao respeito à privacidade.
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Para os ministros, há uma necessidade “urgente e crucial” de fortalecer este tipo de sistemas, diante do contexto atual “de ameaças inéditas” e da necessidade de garantir a segurança das nações. Nessa linha, reforçou a importância de cooperar com os gigantes de internet para poder identificar e retirar sem demora todo conteúdo que faça apologia ao terrorismo ou incite a violência e o ódio.
Uso indevido da web
“A internet deve se manter como um espaço de expressão, mas dentro do respeito às leis”, disse o representante francês, que espera que os passos previstos nessa linha na Comissão Europeia deem frutos.
Agência Efe
Durante ato histórico em Paris, manifestante segura lápis, em alusão à defesa da liberdade de expressão
Com o semblante sério, reflexo do ânimo no qual a França está imersa desde o ataque à revista Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos, Cazeneuve destacou o objetivo de lutar contra o uso indevido da internet pelas filiais terroristas.
O combate, segundo essa declaração conjunta, deve enfocar também os apoios recebidos por essas redes e recorrer para isso com maior frequência à imprensa e às capacidades de organizações internacionais como a Interpol.
EUA sediarão reunião global antiterror
“Se estamos todos juntos em Paris é porque o terrorismo afeta nós todos”, acrescentou o ministro francês, que considerou “indispensável” esta primeira reunião antes das próximas entrevistas europeias e internacionais.
Entre elas, o Conselho de Ministros de Justiça e Interior foi convocado com “urgência” pela presidência da UE, atualmente com a Letônia, ainda sem data fixada, ou a cúpula contra o extremismo anunciada hoje também em Paris pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, para 18 de fevereiro em Washington.