O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (01/06) que está disposto a se reunir com o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, para ouvir suas propostas para encerrar o conflito com a Rússia, mas acusou o petista de querer ser “original” em um possível plano de paz.
As declarações foram dadas a sete veículos de imprensa da América Latina, cerca de 10 dias depois dos desencontros que impediram um encontro de Lula e Zelensky na cúpula de líderes do G7 em Hiroshima.
“Lula quer ser original, e devemos dar essa oportunidade a ele. Agora, é preciso responder a algumas perguntas muito simples. O presidente acha que assassinos devem ser condenados e presos? Creio que, se tiver a oportunidade, ele dirá que sim. Ele não achou tempo para se reunir comigo, mas talvez tenha tempo para responder a essa pergunta”, disse Zelensky, segundo relato da Folha de S. Paulo.
O presidente ucraniano também afirmou que deseja se encontrar com Lula e que já ofereceu “a realização de uma reunião em qualquer formato”.
Twitter/Володимир Зеленський
Zelensky acusou Lula de querer ser "original" em possível plano de paz
“Já convidei várias vezes o presidente Lula para vir à Ucrânia. Estivemos em contato com a equipe dele quando ele estava na Espanha e em Portugal, pensei naquele momento porque a distância era menor e talvez ele conseguisse encontrar um tempo. No G7, tive várias reuniões bilaterais. Disseram que a gente não havia tentado nem se esforçado para encontrá-lo, isto não é verdade. Não é gente séria, substantiva, que está dizendo isso”, declarou.
O relato de Zelensky diverge da reconstrução feita por Lula, que acusou o ucraniano de não aparecer no horário marcado em Hiroshima. Segundo o governo brasileiro, mais de um horário foi sugerido para a reunião dos líderes, mas que mesmo assim não houve acerto.
Na ocasião, Zelensky, ao ser questionado se ficou decepcionado por não ter conseguido encontrar Lula, declarou: “acho que ele que ficou decepcionado”.
“Alguma coisa não deu certo no G7, não quero entrar em detalhes, mas definitivamente não foi por nossa causa que não deu certo”, ressaltou o líder ucraniano.
(*) Com Ansa