O governo da Coreia do Norte afirmou nesta segunda-feira (16/05) que está aberto ao diálogo com a Coreia do Sul, em um gesto de distensão que ocorre após uma longa etapa de enfrentamento na qual ambos os países quase romperam completamente seus vínculos.
“Se as autoridades da Coreia do Sul fizerem qualquer proposta em relação à independência (em referência aos Estados Unidos) e à grande união nacional, a debateremos com franqueza. Essa é a nossa postura”, afirmou o governo de Kin Jong-un em comunicado divulgado pela agência estatal KCNA.
Agência Efe
O líder norte-coreano Kim Jong-un durante congresso de seu partido na última semana
A Coreia do Norte, que não deu detalhes sobre a hipotética proposta que espera receber do governo vizinho, porém, reafirmou que dará sequência ao seu programa de armas nucleares e pediu à Coreia do Sul que não o vincule às relações bilaterais.
“Quanto mais desesperadamente as autoridades sul-coreanas vinculem as relações entre Norte e Sul com a questão nuclear, mais profundo será o pântano no qual entrarão”, disse a nota.
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A Coreia do Sul decidiu em fevereiro romper os poucos vínculos restantes com o Norte, entre eles o complexo industrial de Kaesong, depois de o regime de Kim Jong-un ter realizado seu quarto teste nuclear e o lançamento de um foguete especial com tecnologia de mísseis de longo alcance.
Desde então, ambos os países viveram uma etapa de tensão, com ameaças mútuas e um aumento do alerta militar, especialmente durante as manobras militares entre Coreia do Sul e EUA na península sul-coreana em março e abril.
Seul, Washington e Tóquio realizarão exercício antimísseis em junho
Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão farão em junho no Havaí seu primeiro exercício militar antimísseis conjunto perante a crescente ameaça das armas nucleares e projéteis de longo alcance da Coreia do Norte, informou nesta segunda-feira (16/05) Seul.
Os três aliados “estão trabalhando nos detalhes após terem estipulado realizar o exercício conjunto de alerta de mísseis, projetado para melhorar a defesa da Coreia do Sul diante do progresso das intimidações nucleares e de mísseis da Coreia do Norte”, disse um porta-voz do Ministério de Defesa sul-coreano em entrevista coletiva.
As manobras dos aliados, cuja data concreta ainda não foi divulgada, serão focadas nos contatos e trocas de informação de inteligência para detectar e rastrear os potenciais lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, embora não incluirão exercícios relacionados com a fase de interceptação dos projéteis, segundo a Defesa.
Além disso, o próximo teste antimísseis será realizado no marco dos exercícios militares Ring of the Pacific (Anel do Pacífico) ou Rimpac, que são as maiores manobras navais do mundo.