A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, anunciou nesta quinta-feira (17/11) que, a partir de 2023, ela não será mais a líder do Partido Democrata no Congresso norte-americano.
Aos 82 anos, Pelosi disse que não concorrerá à reeleição para o cargo que ela ocupa desde 2003 – no momento em que entregar a liderança para quem for escolhido na disputa interna do ano que vem, ela estará completando exatos 20 anos no comando da bancada dos Democratas.
Entre as luzes e sombras da atuação de Pelosi como líder do Partido Democrata está a sua açãos decisiva para aprovar boa parte dos projetos da administração de Barack Obama, como ponto positivo. Já entre os pontos negativos, um fato recente: sua recente viagem à Taiwan, que a tornou pivô de uma controvérsia entre China e Estados Unidos, que por pouco não resultou em um conflito armado.
Republicanos ganham a Câmara
O afastamento de Pelosi da liderança do Partido Democrata é uma das consequências da vitória parcial dos Republicanos nas eleições legislativas: a legenda conservadora recuperou o domínio justamente na Câmara de Representantes, ao conquistar 218 vagas, contra 211 dos governistas.
Ainda faltam seis vagas a serem definidas na Câmara, e algumas delas têm democratas como favoritos, o que deve fazer com que essa maioria dos republicanos seja por uma margem menor do que as pesquisas indicavam nas semanas prévias ao pleito.
US Department of Labor
A parlamentar norte-americana Nancy Pelosi, líder do Partido Democrata e presidenta da Câmara de Representantes
Além disso, a maioria do Partido Republicano na casa a partir de 2023 garantirá que Pelosi tampouco será mantida como presidente do Parlamento.
Democratas ganharam o Senado
Ademais, os democratas conseguiram manter a hegemonia no Senado, ao garantirem 50 membros nessa instância a partir de 2023, enquanto os republicanos terão 49.
Ainda falta uma vaga a ser definida para a câmara alta, mas mesmo que ela fique com o Partido Republicano, empatando a disputa em 50 a 50, os democratas ainda terão o voto de minerva da vice-presidente Kamala Harris, que também é a presidente do Senado.
Para completar o quadro favorável aos governistas no Senado, a vaga restante está mais próxima do Partido Democrata.
Se trata da disputa no Estado da Geórgia, entre o democrata pastor evangélico Raphael Warnock, contra o ex-jogador de futebol norte-americano Herschel Walker, dos Republicanos. O candidato governista tem uma vantagem de pouco mais de 36 mil votos, mas o resultado definitivo ainda depende de confirmação das autoridades eleitorais locais.
A curiosidade neste caso é que se trata de uma disputa entre dois homens negros em um dos estados norte-americanos mais conhecido pelo racismo contra a sua numerosa comunidade afrodescendente.
(*) Com RT.