A Síria autorizou, nesta quinta-feira (07/01), o envio de ajuda humanitária a Madaya, cidade tomada por forças de oposição ao governo do presidente Bashar al-Assad e cercada por tropas oficiais desde julho do ano passado. Organizações internacionais denunciam que há pessoas morrendo de fome na cidade, que fica a 25 quilômetros a noroeste de Damasco.
“A ONU dá as boas vindas à aprovação de hoje do governo da Síria para acessar Madaya, Fua e Kefraya, e está se preparando para enviar assistência humanitária nos próximos dias”, declararam em comunicado conjunto Yacoub El Hillo, Coordenador Humanitário da ONU no país, e Kevin Kennedy, Coordenador Regional Humanitário para a Crise na Síria. Fua e Kefraya são outras duas cidades sitiadas, porém cercadas por forças de oposição.
Reprodução Al Jazeera
Bebê desnutrido em Madaya em imagens divulgadas nos últimos dias por residentes e ativistas
Segundo relatos de civis vivendo em Madaya, próxima à fronteira com o Líbano, algumas pessoas morreram de fome e há pelo menos 300 crianças sofrendo de desnutrição aguda.
A escassez de alimentos levou a um aumento dos preços: 1kg de trigo, por exemplo, custa quase US$ 270 (cerca de R$ 1.090) na cidade. Um residente disse à BBC que muitas pessoas começaram a comer capim, terra e animais até então domésticos como gatos e cachorros.
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A ONG Save the Children, que atua na região, contou 31 mortes por desnutrição, incluindo três crianças de menos de um ano. A entidade também registrou um aumento nos casos de Hepatite A e doenças de pele.
Na terça-feira (05/01), ativistas da organização alertaram que “mais crianças irão morrer nos próximos dias e semanas a menos que a entrada de comida, medicamentos, combustível e outros recursos vitais em Madaya seja liberada imediatamente”.
Cerca de 42.000 residentes da cidade estão cercados desde julho de 2015, após Madaya ter sido tomada por forças de oposição ao governo de Assad. Desde então, apenas um comboio levando comida foi autorizado a atravessar o cerco. A população está isolada desde meados de outubro do ano passado.
A ONU ressaltou em seu comunicado que a lei internacional proíbe que civis sejam alvos de forças de guerra, inclusive através de táticas como o corte de recursos vitais como alimentos.
Agência Efe
Conflito na Síria já matou mais de 55 mil pessoas somente em 2015