O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, conversou nesta quinta-feira (11/02) com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. O telefonema foi a primeira conversa do alto escalão entre os governos de Jair Bolsonaro e Joe Biden.
Segundo o Itamaraty, Araújo e Blinken falaram sobre uma continuidade no “fortalecimento” das relações entre os dois países. Sem especificações, o Ministério afirmou que o telefonema tratou de identificar uma agenda conjunta em diversos temas, incluindo questões climáticas, direitos humanos, pandemia da covid-19 e outras.
Mesmo esse sendo o primeiro contato entre as autoridades, o chanceler brasileiro já havia enviado uma carta a Blinken, na qual destacou a “agenda robusta” em relação aos governos.
No começo de fevereiro, o presidente norte-americano recebeu um dossiê com mais de 30 páginas elaborado por 10 universidade e organizações internacionais sugerindo a suspensão de acordos entre o Brasil e os EUA.
De acordo com a BBC, o documento chegou aos gabinetes de pelo menos dois congressistas próximos ao presidente e ao núcleo do governo através de Juan Gonzales, recém-nomeado por Biden como diretor para o hemisfério ocidental da Casa Branca.
Além de diversas áreas que o documento sugere mudanças, o dossiê pede que o governo de Biden libere arquivos sob sigilo da ditadura militar brasileira e faça esclarecimentos sobre a participação dos EUA na operação Lava Jato.
Marcos Corrêa/PR
Chanceler brasileiro já havia enviado uma carta ao secretário mencionando uma ‘agenda robusta’ em relação aos países
Após a posse de Biden como novo presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro também enviou uma carta ao seu homólogo. Na mensagem, o brasileiro mencionou uma cooperação entre os países contra “ameaças” e “terrorismo” na América Latina e no Caribe.
Apoiador declarado de Donald Trump, Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a reconhecer a vitória de Biden. Além disso, o brasileiro chegou a afirmar, sem apresentar provas, que sabia da existência de fraudes eleitorais no pleito norte-americano.
Na carta, Bolsonaro afirmou que segue “empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade de nossas nações e o bem-estar de nossos cidadãos”.
“É minha convicção que, juntos, temos todas as condições para seguir aprofundando nossos vínculos e agenda de trabalho, em favor da prosperidade e do bem-estar de nossas nações”, disse.