“A curva epidemiológica da gripe A (H1N1) ainda está na fase ascendente”, disse o recém-nomeado ministro da Saúde argentino, Juan Manzur, e desta maneira, confirmou que ainda levará tempo para que os efeitos da doença comecem a diminuir. Ele anunciou a implementação de uma série de medidas para combater a epidemia, entre elas uma verba de 1 bilhão de pesos (pouco mais de 263 milhões de dólares) destinada a fortalecer a estrutura sanitária do país.
Manzur, que até a última quarta-feira (1) era vice-governador de Tucumán, uma província pequena e densamente povoada no norte da Argentina, confirmou que a gripe A já provocou 44 mortes, a maioria na capital federal e na província de Buenos Aires.
As novas medidas do governo de Cristina Kirchner, que ainda se recupera da derrota eleitoral de domingo (28) buscam tomar a dianteira na batalha contra a epidemia em expansão.
O novo ministro garantiu que a verba milionária será investida “segundo critérios técnicos sanitários” em coordenação com os Ministérios da Saúde de todas as províncias. O orçamento para o plano de contenção da epidemia surge como uma resposta alternativa à reclamação dos partidos da oposição, que pedem a declaração da emergência sanitária nacional.
Em sua primeira entrevista coletiva, Manzur referiu-se ao tema argumentando que a emergência sanitária é uma medida administrativa cuja principal aplicação é o uso do orçamento no setor sanitário. “É o mesmo que estamos fazendo agora”, afirmou.
Medidas preventivas
O governo federal também anunciou a suspensão das aulas em todas as séries a partir de segunda-feira (6). É uma medida que deve ser aprovada por todas as províncias, numa iniciativa já adotada por Buenos Aires e pela capital federal.
Na mesma linha, Manzur anunciou outras duas medidas preventivas. A primeira é a autorização para que gestantes e doentes imunodeprimidos ou com câncer tirem uma licença obrigatória de 15 dias tanto no setor público quanto no privado.
A segunda medida prevê que todos os cidadãos sem cobertura médica que chegarem ao hospital público com os sintomas da gripe e precisarem de internação poderão ser transferidos para hospitais ou sanatórios privados, com todos os gastos por conta do governo federal.
Há bastante preocupação na capital, onde foi registrada a maioria dos casos. Nestes dias, é possível ver muitos rostos com máscaras e, no metrô, as pessoas procuram não ficar muito perto umas das outras e quase não seguram nos corrimãos. A imprensa especula sobre a suspensão dos espetáculos públicos. Por enquanto, as autoridades médicas limitam-se a recomendar que as pessoas só saiam se for necessário.
Todo tipo de evento é questionado, inclusive os esportivos, como a final da Libertadores, na qual o time argentino Estudiantes de La Plata deverá enfrentar o clube brasileiro Cruzeiro. Já circulam boatos sobre a recusa de jogar na Argentina.
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