O juiz federal argentino Claudio Bonadio determinou a quebra da imunidade parlamentar e a prisão preventiva da ex-presidente da Argentina e atual senadora Cristina Kirchner nesta quinta-feira (07/12). O Senado do país ainda precisa dar sinal verde para que a decisão tenha efeito.
Para Cristina, que se pronunciou horas depois do pedido, “não há motivo” para a prisão.
Bonadio pediu a prisão da ex-mandatária por “traição à pátria” e “encobrimento agravado” por conta de um memorando assinado por ela, quando era presidente, e o governo do Irã. Esse acordo, segundo a acusação, tinha o objetivo de encobrir uma eventual participação de Teerã no atentado à sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, que deixou 85 motos.
As investigações sobre este memorando foram iniciadas pelo procurador Alberto Nisman, morto em janeiro de 2015.
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GUE-NGL/Flickr CC
Juiz pediu a prisão preventiva da ex-presidente Cristina Kirchner
Além do pedido de prisão de Cristina, na madrugada desta quinta, foram presos o ex-secretário-geral da Presidência Carlos Zanini, o dirigente sindical Luis D’Elia e o representante da comunidade islâmica na Argentina Jorge “Yussuf” Kalil.
Bonadio também pediu a prisão do ex-chanceler Hector Timmerman, gravado afirmando que o governo saberia do envolvimento de iranianos no atenado.
Se condenados, todos – incluindo a ex-presidente – podem pegar de 10 a 25 anos de prisão.
Senado
Segundo o jornal Clarín, é improvável que o Senado autorize a detenção de Cristina – e mesmo que qualquer decisão seja tomada em prazo curto, já que a Casa está em recesso e há trâmites a serem cumpridos antes de uma eventual votação. De acordo com o jornal, o assunto só conseguiria ser discutido no Legislativo em março de 2018.
Além disso, para que a prisão seja aprovada, são necessários 48 votos. O peronismo, diz o Clarín, tem 33 votos no Senado, deixando a oposição com 39 – insuficiente para que o pedido prospere.