O presidente da Argentina, Maurício Macri, anunciou nesta terça-feira (08/05) que seu governo iniciou negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber um empréstimo de ao menos US$ 30 bilhões para tentar debelar a crise cambial no país.
“Diante dessa nova situação internacional e, de maneira preventiva, decidi iniciar conversas com o FMI para que nos concedam uma linha de apoio financeiro”, disse o mandatário em comunicado oficial.
Macri ainda afirmou que conversou com “Cristine Lagarde, sua diretora [do FMI]. Nos confirmou que vamos começar a trabalhar hoje mesmo em um acordo”.
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O anúncio vem em meio a uma crise cambial em que, durante os últimos meses, fez o país o preço do dólar subir rapidamente
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Crise cambial
Antes do anúncio de Macri, o dólar operava na casa dos $23,50 (após ter fechado em $22,30) e caiu a $22,46. Nos últimos meses, o peso argentino sofreu uma forte desvalorização em relação à moeda norte-americana, que subiu de janeiro a março deste ano 10,29%. No período de um ano, o dólar se valorizou 32,78%.
O aumento levou o governo argentino a elevar a taxa de juros três vezes em uma semana para tentar conter a valorização. Foram 12,75 pontos percentuais de alta, elevando a taxa de 27,25% a 40% ao ano. Para efeito de comparação, a Selic, que é a taxa básica de juros no Brasil, está em 6,5% ao ano.
Além disso, no final da última semana, o ministro da Economia da Argentina, Nicolás Dujovne, anunciou um corte de gastos de 3,2 bilhões de dólares (11,3 bilhões de reais), que irá afetar principalmente as obras públicas do país. A meta de déficit fiscal para este ano foi reduzida de 3,2% para 2,7% do PIB.