A Argentina encerrou o ano de 2022 com uma inflação de 94,8%, informou um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) divulgado na última quinta-feira (12/01). O número é o mais alto desde 1991, mas ainda está abaixo de previsões feitas em meses anteriores.
Segundo o jornal argentino Página12, o governo conseguiu diminuir o cenário “catastrófico” de hiperinflação, que não pode ser evitado no ano passado, mas, ainda assim, “duplicou a taxa de inflação anual em janeiro e encerrou 2022 com o maior aumento de preços em 32 anos”.
A inflação do mês de dezembro foi de 5,1%. Apesar de elevada, a porcentagem manteve a tendência de desaceleração em relação ao período de julho até outubro.
O veículo atribuiu a desaceleração a medidas para coordenar a gestão dos preços e o acesso à moeda estrangeira para as importações comerciais do Estado argentino, e também citou que os objetivos acordados com o FMI para um pacote de resgate de mais US$ 6 bilhões foram atingidos.
A emissora britânica BBC apontou que esse foi o pagamento mais recente feito pelo FMI à Argentina, e faz parte de um programa de 30 meses que deve atingir um total de US$ 44 bilhões.
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No ano passado, o país teve três ministros da Economia em apenas quatro semanas
No ano passado, o país teve três ministros da Economia em apenas quatro semanas. Agora, o cargo pertence a Sergio Massa, classificou a inflação como “a febre de uma economia doente”, apontando que a solução requer “ordem fiscal, disciplina, fixação de objectivos e não mudá-los perante a adversidade”.
Massa, de acordo com a agência de notícias Telam, também argumentou que o Estado deve ser “fiscalmente responsável, ordenado com os seus gastos, cuidadoso com os seus dólares” mas também “o árbitro para manter as tensões sociais e econômicas em equilíbrio”.
Na comparação anual, no entanto, a curva continuou a subir: em Janeiro de 2022, a inflação de 12 meses era de 50,7%; em Junho subiu para 64% e terminou o ano com o nível mais alto desde 1991: 94,8%.
Os aumentos de preços em dezembro foram mais expressivos em áreas como restaurantes, hotéis, bebidas alcoólicas e tabaco, que subiram mais de 7%.