Segunda-feira, 14 de julho de 2025
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O governo da Argentina se recusou nesta terça-feira (13/10) a assinar uma declaração emitida pelo Grupo de Lima, organização formada em 2017 por 14 países, incluindo Brasil, Argentina, Colômbia, México e Canadá, que expressa apoio ao deputado opositor e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.

A decisão afirma que o país não “reconhece” um “suposto presidente” que “nunca teve o exercício efetivo do governo da República Bolivariana da Venezuela”. 

“A Argentina confia na grande vocação democrática do povo venezuelano. Acreditamos que somente por meio dos canais eleitorais pode-se estabelecer de forma pacífica e racional uma via consensual e inclusiva para resolver as diferenças políticas na Venezuela, respeitando sua Constituição”, diz a nota. 

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O Ministério das Relações Exteriores do país também afirmou que a declaração do grupo é um apelo à “intervenção extrarregional”, podendo gerar “consequências imprevisíveis para a América Latina e o Caribe”. 

O governo argentino reiterou seu apoio à Alta Comissária Michelle Bachelet, apontando que “confia na eficácia dos mecanismos de proteção implantados neste marco”.

Decisão do Ministério das Relações Exteriores afirma que não 'reconhece' quem 'nunca teve o exercício efetivo do governo da Venezuela'

Wikimedia Commons

Governo argentino declarou que respeitará os princípios de não ingerência em outros países

“A Argentina reitera mais uma vez que o papel da comunidade internacional, em uma situação especialmente agravada pela pandemia da covid-19 e pelas sanções unilaterais e bloqueios físicos e financeiros que afetam os setores mais necessitados, deve ser o de colaborar na facilitação do diálogo entre as partes”, afirma a chancelaria.

A declaração emitida pela organização tem como intuito fazer valer um relatório encomendado pelo Grupo de Lima que apontou supostos casos de violação dos direitos humanos na Venezuela. O documento foi realizado por pesquisadores independentes que se basearam em entrevistas com venezuelanos feitas à distância e que não visitaram o país.

Em resposta ao documento, Caracas publicou um relatório intitulado “A verdade da Venezuela contra a infâmia: dados e testemunhos de um país sob assédio” denunciando as tentativas de manipulação na política interna venezuelana feitas por forças estrangeiras norte-americanas que buscam intervir no país.