Sexta-feira, 20 de junho de 2025
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Um atentado aéreo em Bagdá, no Iraque, matou nesta quinta-feira (04/01) ao menos três combatentes da milícia Hashd al-Shaabi, que é apoiada pelo Irã, incluindo o alto oficial de operações do grupo Abu Taqwa al-Saidi. Fontes de segurança iraquianas disseram que o ataque também feriu outros seis no leste de Bagdá. 

Segundo o portal iraquiano Iraqi News, nenhum grupo assumiu imediatamente a responsabilidade pelo ataque, mas a Hashd al-Shaabi e o governo do presidente Abdul Latif Rashid acusaram os Estados Unidos ou seus aliados de conduzirem o ataque.

No comunicado do governo iraquiano, o porta-voz do Exército, Yehia Rasool, qualificou o ataque como uma “agressão e violação flagrante da soberania e segurança do Iraque”. “Vemos esta ação como uma perigosa escalada do conflito ao Iraque, divergente do espírito e da missão para a qual a Coligação Global foi estabelecida”, disse.

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O ataque atingiu o quartel general da 12ª Brigada da Hashd al-Shaabi, perto do edifício do Ministério do Interior iraquiano. O grupo paramilitar é ligado ao Harakat Hezbollah al-Nujaba.

Forças do grupo iraquiano Hashd al-Shaabi acusam os Estados Unidos de atacar com drones instalação na capital do país

Reprodução

Explosão em quartel causada por um ataque de drone no leste de Bagdá, Iraque em 04/01/2023

Autoridades da polícia iraquiana comunicaram que aguardam uma investigação governamental antes de fornecer mais informações sobre quem poderia ter executado o ataque.

Os Estados Unidos lançaram contra-ataques no Iraque em dezembro passado como resposta a um ataque aéreo perpetrado por insurgentes ligados ao Irã que feriu gravemente militares norte-americanos. 

Desde a eclosão da guerra entre Israel e a Palestina, em outubro de 2023, as forças norte-americanas e da coligação internacional no Iraque e na Síria foram atacadas mais de 100 vezes, na maioria por uma combinação de mísseis e drones de ataque unidirecional.

A Opera Mundi, o professor e pesquisador em relações internacionais na PUC-SP Rodrigo Amaral afirmou que o Irã é o principal ator externo que atualmente influencia diretamente na política interna do Iraque. “O Irã tem uma conexão extremamente próxima com alguns partidos políticos xiitas islâmicos no Iraque e a coligação mais ativa são as forças Hashd al-Shaabi, grupo guarda-chuva que contêm mais de 40 partidos com capacidade paramilitar”, disse.

Em 2016, o governo do Iraque reconheceu a formalidade desses grupos, incluso a ação paramilitar. Segundo Amaral, as autoridades iraquianas tiveram este posicionamento devido aos combates contra o Estado Islâmico. O Hashd al-Shaabi possui grande popularidade informal e formal no Parlamento do país. 

“30 cadeiras do Parlamento no Iraque são compostas por membros desse grupo”, afirmou o especialista.