A população peruana realizou nesta segunda-feira (12/12) a terceira jornada seguida de manifestações contra a crise política no país, desencadeada após a destituição de Pedro Castillo da presidência do país, e a posse de Dina Boluarte.
A violenta repressão policial continua sendo uma das características desses atos, o que levou o número de mortes registradas nesses protestos a saltar para sete – até o domingo havia apenas dois registros de óbitos durante as manifestações.
Os protestos estão acontecendo em diferentes regiões do Peru, não somente na capital Lima. Inclusive, essa violência policial está sendo registrada especialmente nos protestos que acontecem no interior: a maioria das mortes aconteceram nos protestos realizados na região de Apurímac.
Em entrevista para meios locais, a diretora da Defensoria Popular do Peru, Eliana Revollar, disse que “o saldo de mortes que temos registrado até agora (noite de segunda-feira) é de sete, incluindo dois casos de menores de idade, e também podemos afirmar que todas essas mortes foram causadas por armas de fogo”.
Diante desse cenário, a presidente Dina Boluarte decretou Estado de Emergência por 60 dias no departamento de Apurímac e em províncias próximas. A medida significa a suspensão de vários direitos constitucionais, como a liberdade de circulação e de reunião na região onde ela é aplicada.
Twitter / Nuevo Perú
Manifestantes protestam por novas eleições no Peru
#Perú Continúan los actos de represión contra los manifestantes en el Centro de Lima, Av Abancay.
Hay detenidos pic.twitter.com/JD9NIJM6xm
— JAIME HERRERA (@JaimeHerreraCaj) December 13, 2022
Vale destacar que os protestos não pedem o retorno de Pedro Castillo ao poder, e sim a antecipação das eleições no Peru, como forma de solucionar a crise política.
A presidente Dina Boluarte apresentou ao Congresso um projeto para antecipar as eleições presidenciais no país, mas para o ano de 2024, e não para os próximos meses, como pedem os manifestantes. Por enquanto, as próximas eleições estão programadas para abril de 2026.
No dia 7 de dezembro, o Congresso do Peru aprovou a destituição de Castillo do cargo de presidente, por “incapacidade moral”. Boluarte, que era vice-presidente, assumiu a presidência em seu lugar.
Horas antes, o agora ex-mandatário tentou dissolver o Legislativo e instaurar um governo de exceção, mas a medida não foi acatada pelas instituições peruanas. A Polícia Nacional peruana efetuou a prisão de Castillo naquela mesma jornada, e sua prisão preventiva foi decretada na sexta-feira (9/12).