Segunda-feira, 14 de julho de 2025
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O procurador-geral de Milão, Francesco Greco, afirmou nesta segunda-feira (25/03) que o ativista italiano Cesare Battisti admitiu participação em quatro assassinatos na década de 1970, durante depoimento dado no sábado (23/03) ao promotor Alberto Nobili, de dentro da prisão onde se encontra.

Battisti, segundo o relato de Greco, disse que se envolveu nos atos políticos por acreditar que aquela era uma “guerra justa”. Na época, ele integrava o grupo de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).

O ativista havia sido condenado em 1993 à prisão perpétua na Itália em decorrência destas quatro mortes, em um julgamento no qual não estava presente e após ter sido inocentado em primeira instância. Para Roma, Battisti não teria cometido crimes políticos, mas, sim, comuns.

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Exílio

Exilado, viveu na França e no México antes de fugir para o Brasil em 2004, onde foi preso em 2007.

O governo italiano pediu a extradição de Battisti, que foi aceita pelo STF. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pelo STF.

Após a decisão, Battisti foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho de 2011, onde estava desde 2007. Em agosto daquele ano, o italiano obteve o visto de permanência do Conselho Nacional de Imigração.

Em 2016, com a chegada de Temer ao poder, a Itália voltou a pedir a extradição de Battisti, e o governo se mostrou disposto a mandá-lo de volta ao país. Na mesma época, em meio a informações de que Temer teria aberto um processo administrativo para possível revisão da negativa de extradição de Battisti, a defesa entrou com pedido no STF para que fosse afirmada a impossibilidade de revisão da decisão.

Durante as eleições de 2018, o então candidato e hoje presidente Jair Bolsonaro defendia a extradição de Battisti. Ao assumir o poder, ele reiterou sua determinação em capturá-lo e enviar para a Itália para o cumprimento da pena.

Em janeiro de 2019, Battisti foi preso na Bolívia e extraditado para a Itália, onde cumpre a pena de prisão perpétua.

Ex-ativista, segundo relato do procurador-geral de Milão, disse que se envolveu nos atos políticos por acreditar que aquela era uma 'guerra justa'

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