A tentativa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) de se infiltrar na foto oficial da posse de Javier Milei ao lado de outros chefes de Estado não deu certo.
A objeção foi por parte dos líderes sul-americanos que estavam presentes na cerimônia do argentino recém-eleito, incluindo Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador).
Os chefes de Estado avaliaram “inadequado” incluir um ex-presidente no registro cerimonial, principalmente um adversário interno do atual líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dois dias antes do evento, Bolsonaro havia marcado um encontro com Milei no Hotel Libertador, no prédio Córdoba e Maipú, para “uma conversa entre amigos”. À imprensa, o ex-presidente, que está inelegível para cargos públicos no Brasil até 2030 por determinação da Justiça Eleitoral após falsas falsas denúncias contra as urnas eletrônicas, voltou a acusar Lula, sem provas, pelo empobrecimento da Argentina.
Além dessas figuras, outras personalidades políticas participaram do evento, como o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o rei da Espanha, Felipe VI.
Twitter/Conexão Política
Jair Bolsonaro, ex-presidente inelegível do Brasil, é barrado por líderes sul-americanos de entrar na foto cerimonial de Javier Milei
Lula envia Mauro Vieira à posse
Alvo de duras críticas e acusações sem provas durante a campanha eleitoral do ultradireitista Javier Milei, o líder petista ficou ausente da cerimônia, mas enviou seu ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, para representá-lo na Casa Rosada, sede do governo argentino.
O chanceler brasileiro foi um dos primeiros a cumprimentar o presidente eleito, e enfatizou o desejo do governo Lula de trabalhar em cooperação com a Argentina.
Nesse encontro, Milei chegou a fazer uma brincadeira com o chefe do Itamaraty, dizendo que “no futebol, nós sempre ganhamos de vocês”.
Após o resultado das eleições argentinas, Milei tem baixado o tom com relação às duras críticas e ameaças diplomáticas que fazia ao presidente do Brasil. Inclusive, dias depois do resultado eleitoral, a chanceler argentina, Diana Mondino, fez uma viagem-relâmpago a Brasília com o objetivo oferecer a Lula um convite direto à cerimônia em Buenos Aires.
(*) Com Sputnik News