O Brasil tem a intenção de se tornar independente do fornecimento de gás natural provindo da Bolívia, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje (23) durante o programa semanal de rádio “Café com o Presidente”. Todavia, Lula assegurou que o país cumprirá o contrato assinado com o país vizinho para a compra do produto.
Na quinta-feira (19), a Bolívia informou que foi obrigada a reduzir a produção de gás natural por causa de um descumprimento do contrato por parte do Brasil, que por sua vez reduziu a demanda em um terço.
No sábado (20), no entanto, a Petrobras informou por meio de comunicado à imprensa que cumpre o acordo e não havia recebido um “questionamento formal” da Bolívia sobre a suposta violação do contrato.
“Além do gás que nós estamos encontrando no Brasil com a descoberta do pré-sal, nós estamos importando gás de outros países agora”, disse Lula.
“Se bem que nós vamos cumprir todos os contratos que temos com a Bolívia, que vão até 2019. Vamos continuar comprando o gás que nós nos comprometemos, mas nós queremos ter maior capacidade de oferta para o povo brasileiro”, acrescentou.
Abastecimento garantido
Lula destacou que, passada a crise de 2006 causada pela nacionalização dos recursos naturais pelo governo boliviano, as relações entre o Brasil e o país vizinho são “muito boas”.
No entanto, frisou o presidente, com a inauguração na semana passada de um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) no Rio de Janeiro e a construção de mais três empreendimentos semelhantes em outras regiões do país, o Brasil afastará o risco de novos problemas no fornecimento de energia elétrica.
“O que eu posso dizer ao povo brasileiro é que durma tranquilo, que os empresários invistam tranquilos, porque nós vamos garantir mais energia para garantir mais emprego, mais salário e mais renda para o povo brasileiro”, prometeu Lula.
No começo deste ano, o Brasil reduziu de 31 milhões para 19 milhões de metros cúbicos diários (mcd) de gás o volume que importa do produto da Bolívia, por causa de consumo local menor. Apesar disso, o Brasil acertou com a Bolívia importar 24 milhões de metros cúbicos diários.
Segundo a YPFB, a estatal boliviana que atua no setor de gás natural, atualmente o Brasil demanda cerca de 20 milhões de metros cúbicos por dia, o que significa “uma redução de um terço.”
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