O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista na manhã desta quarta-feira (08/01) ao portal Diário do Centro do Mundo e comentou o conflito entre Estados Unidos e Irã e o posicionamento do governo de Jair Bolsonaro em defesa do ataque cometido por Donald Trump que matou o general iraniano Qassem Soleimani.
Lula resgatou o papel do Brasil como articulador da paz no mundo, lembrou a intermediação feita por seu governo para o acordo nuclear com o Irã e afirmou que o Brasil historicamente sempre foi um país que buscou a paz. “Não tem que se meter em confusão com briga externa”, ressaltou.
“O Brasil sempre manteve uma política diplomática coerente e corajosa, um construtor de harmonia”, diz o ex-presidente, referindo-se às últimas ações do Itamaraty que, em nota, defendeu os EUA com “apoio à luta contra o flagelo do terrorismo”. O Irã cobrou explicações do Brasil sobre esse posicionamento e convocou a encarregada de negócios brasileira em Teerã.
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Sobre as motivações de Trump, Lula avalia que Washington historicamente sempre precisou “arrumar um inimigo” e considera que o ataque ao Irã “está cheirando a campanha eleitoral”.
Instituto Lula/Flickr
Em entrevista ao Diário do Centro do Mundo, ex-presidente disse que postura brasileira deveria ser a de construir a paz
“Trump sabe que não está fácil uma reeleição com a quantidade de coisas que ele faz e fala, por isso o discurso ‘América para os americanos’, essa coisa bem bairrista, funciona”, disse. “Ele pode perder as eleições, e sempre uma guerra ajuda muito”, completou.
Lula ainda falou diretamente com o presidente do Brasil e disse: “Bolsonaro, o Brasil não precisa disso. Não precisa ser lambe-botas de ninguém. Precisa ser respeitado pela Bolívia e pelos Estados Unidos, pela China e pelo Uruguai, pelo Paraguai e pela Rússia. É assim que se constrói um país capaz de ser um agregador”.
*Com Brasil 247