O professor pernambucano Almir Olímpio Alves, de 42 anos, é uma das vítimas do massacre ocorrido na última sexta-feira (3) no American Civic Association, um centro de assistência a imigrantes em Binghamton, a 225 quilômetros da cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
A informação foi confirmada neste domingo pela assessoria de imprensa da Universidade de Pernambuco (UPE), onde Alves trabalhava havia seis anos. O diplomata Gustavo Chadid, do Consulado-Geral do Brasil em Nova York, informou que não foi oficialmente notificado pela polícia de Binghamton, mas que recebeu um telefonema de uma amiga da vítima notificando a morte.
Na sexta-feira, Jiverly Wong, um norte-americano de origem vietnamita, invadiu o centro, matou 13 pessoas e feriu outras 12 antes de se suicidar. Além do brasileiro, foram assassinados imigrantes das Filipinas, China, Haiti, Paquistão, Iraque e Vietnã, além de um estudante dos Estados Unidos.
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Almir, que era professor de matemática do campus da UPE de Nazaré da Mata, distante 65 quilômetros de Recife, estava nos Estados Unidos havia seis meses, fazendo pós-doutorado em Matemática Pura na State University of New York Suny, a convite de um professor da universidade.
De acordo com o diretor da unidade, Luiz Alberto Rodrigues, a universidade negocia o traslado do corpo junto aos familiares do professor. “Estamos esperando para amanhã um comunicado, via consulado, sobre o traslado. Me parece que houve uma missa e por isso o atraso”.
A viúva do professor, a também professora Márcia Pereira Lins Alves, de 36 anos, disse estar revoltada pela falta de informações. Ela afirmou que recebeu a notícia no sábado à noite, pela esposa do orientador de Almir, mas até a tarde deste domingo não havia recebido qualquer comunicado por parte dos norte-americanos, nem confirmação do Itamaraty.Até 21h30 de domingo, o Itamaraty não havia divulgado nenhuma nota à imprensa.
A princípio, ela não acreditou que o marido estivesse entre as vítimas, porque não sabia que ele estudava inglês na American Civic Association. Eles tinham se falado pela última vez na quinta-feira, por e-mail.
O crime
Hoje, as autoridades policiais explicaram por que demoraram quase 45 minutos para entrar no edifício tomado por Wong.
O chefe da polícia de Binghamton, Joseph Zikuski, disse que os primeiros chamados foram recebidos às 10h30 locais (11h30 de Brasília) e que os policiais demoraram para pegar as informações porque as pessoas que ligaram falavam inglês com muito sotaque.
Mesmo assim, as primeiras viaturas chegaram ao centro três minutos depois do primeiro chamado, garantiu Zikuski. Ele afirmou que, quando não escutaram mais tiros, os policiais viram que não havia um “atirador ativo” no interior do edifício e decidiram esperar reforços das equipes da SWAT (unidade policial especial), que entraram no centro 43 minutos depois do primeiro chamado.
Diante da insistência da imprensa, o policial insistiu em dizer que a polícia teria entrado no centro mesmo se os disparos tivessem continuado.
O procurador do condado de Broome, Jerry Mollen, afirmou que, depois que a polícia chegou ao centro, “não houve mais disparos”. Segundo ele, “nenhuma das vítimas teria sido salva mesmo se a polícia tivesse entrado no primeiro minuto”, já que as lesões foram muito graves, de acordo com o médico legista que realizou as autópsias.
“Nenhuma decisão da polícia teve efeito sobre os que morreram”, disse Mollen.
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