A polícia da Nigéria proibiu em Abuja, capital do país, os protestos contra o sequestro das mais de 200 meninas pela seita islâmica Boko Haram, informou nesta terça-feira (03/06) a imprensa local. Na semana passada, as ativistas do “Bring Back Our Girls” (“Tragam nossas garotas de volta”) foram atacadas por manifestantes do “Release our girls” (“Libertem nossas garotas”).
Agência Efe (14.mai.2014)
Protestos do “Bring Back Our Girls” pedem retorno de meninas sequestradas; polícia de Abuja proibiu manifestações do grupo
Segundo a oposição do país, a ação deste segundo grupo é fomentada pelo governo do presidente Goodluck Jonathan, que estaria tentando mudar o foco dos protestos das ações da administração central para o grupo fundamentalista Boko Haram. Ele já chegou a pedir aos manifestantes que protestem contra a seita e não contra o governo, que vem sendo criticado pela incapacidade de achar as meninas, mesmo com a ajuda internacional recebida.
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As meninas foram sequestradas dentro da escola há 50 dias e, até agora, por mais que o governo já tenha dito que sabe o local onde elas estão escondidas, não há nenhum sinal das garotas.
Enquanto isso, a líder do movimento “Bring back our girls”, a ex-ministra de Educação Oby Ezekwesili, criticou o “excesso de zelo” da polícia de Abuja. “Estão tentando negar aos manifestantes seu direito constitucional de protestar”, afirmou. Ela disse que vai levar a questão para a Justiça.
O Boko Haram, cujo nome significa em línguas locais “a educação ocidental é proibida”, luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul. Desde que a polícia matou, em 2009, o então líder e fundador da organização, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha, que já deixou mais de 4.000 mortos.