A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira à noite, por 244 votos a 188, o pacote de estímulo econômico do presidente Barack Obama, que pretende cortar impostos e orçamentos federais no valor de US$ 819 bilhões. O objetivo é injetar a verba na economia popular e criar milhares de empregos em todo o país, desenvolver a educação, salvar da falência as indústrias consideradas estratégicas e colocar a economia no caminho correto.
Apesar da larga margem, dada a maioria democrata na Câmara, a votação acabou não sendo uma vitória para o presidente Obama porque a maioria dos republicanos decidiu ficar de fora. Ou seja, de nada valeu o apelo emocional feito de manhã pelo presidente, de que “este é o momento para aprovar isso”.
A grande divergência ocorreu porque os republicanos propuseram um corte nos impostos, mas os democratas recusaram. Obama esperava um apoio mais amplo. E diverso.
“Vamos investir naquilo que funciona”, disse Obama de manhã, depois de se reunir com os republicanos. O presidente quis convencer os deputados de que o pacote é a solução para a crise econômica, principalmente porque visa a ajudar a classe média.
“Eles são aqueles cujos esforços e idéias decidem nosso destino econômico, como sempre tem acontecido. Portanto, a nossa obrigação, não importa o tamanho dela, é proporcionar salários e confirmar a fundação do sonho com que o povo norte-americano vive e depende”, acrescentou Obama.
O plano inicial era de US$ 816 bilhões. Mas a Câmara decidiu acrescentar US$ 3 bilhões para salvar os transportes públicos do país, em particular a malha ferroviária, em crise há quatro anos.
Agora, resta ao Senado aprovar o plano. Aparentemente, não haverá problema. O número de senadores democratas é proporcionalmente maior que o de deputados e depois da conversa do presidente com eles na terça-feira, não deve haver grandes complicações. O Senado prevê começar a debater sua versão do plano na próxima semana, segundo a agência EFE, e enviar o pacote final à Casa Branca em 16 de fevereiro.
“O mais interessante de tudo isso é que estamos nos habituando ao Obama”, comentou a Opera Mundi o deputado Jeff Flake, republicano pelo Arizona, um dos poucos que não cumprem a disciplina partidária e vota com os democratas.
“O que não podemos fazer é permitir que as divergências partidárias atrapalhem. Devemos avançar de maneira rápida e ousada para devolver aos norte-americanos suas fontes de trabalho”, disse o presidente em nota distribuída pela Casa Branca.
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