A greve geral convocada em protesto contra as condenações dos líderes independentistas da Catalunha mobiliza nesta sexta-feira (18/10) milhares de pessoas. Desde as primeiras horas da manhã, piquetes fecharam dezenas de vias, em Barcelona e em toda a região, ao mesmo tempo em que uma multidão começa a avançar até a capital catalã.
A adesão à greve, no entanto, é desigual nos setores públicos e privados da região semiautônoma. A paralisação foi convocada por três sindicatos e recebeu o apoio de 30% dos funcionários, segundo dados do Departamento de Trabalho e Assuntos Sociais da Generalitat (o governo da Catalunha).
Um dos setores com maior adesão à greve foi o da educação, com 43% dos professores da rede pública (35% do total) em greve. Nas universidades, a atividade tem sido residual, com a maioria dos campi fechados pelos protestos ou por prevenção.
Ao menos 55 voos do aeroporto El Prat, em Barcelona, também foram cancelados por conta da greve.
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Uma das imagens mais marcantes da jornada desta sexta é a de milhares de pessoas que começaram a chegar a Barcelona depois de três dias nas chamadas Marchas pela Liberdade. A 100 km da capital catalã, no centro da cidade de Girona, por exemplo, cerca de 13 mil estudantes se manifestavam pelo segundo dia consecutivo contra a sentença que condenou à prisão 12 líderes independentistas.
Marc Vilajosana/El Diário
‘Marchas pela Liberdade’ chegam a Barcelona e tomam ruas da capital catalã
Foram registrados protestos, também, em frente à igreja da Sagrada Família, um dos pontos turísticos mais reconhecidos de Barcelona. Pessoas de todas as idades, inclusive famílias, ocupam toda a região de entrada da catedral, impedindo o acesso dos turistas ao local.
As manifestações na Catalunha começaram na última segunda-feira (14/10), depois de o Tribunal Supremo da Espanha condenar por delitos de sedição, malversação e desobediência 12 líderes catalães por organizar o referendo de independência da região, em outubro de 2017.
O tribunal condenou os líderes, somados, a quase 100 anos de prisão. A maior sentença foi para o ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras, que deverá cumprir 13 anos de cadeia.
(*) Com El Diário e teleSUR