Após ataques terroristas de grande proporção ao longo do ano e o recrudescimento da ameaça por parte de grupos extremistas como Estado Islâmico (EI) e Boko Haram, grandes cidades ao redor do mundo realizam as celebrações da passagem de ano nesta quinta-feira (31/12) com cautela e segurança reforçada. Algumas, como Bruxelas e Moscou, chegaram inclusive a cancelar as festividades por temor de novos ataques.
As grandes celebrações da passagem de 2015 para 2016 foram inauguradas por Sydney, na Austrália, que recebeu o novo ano às 11h da manhã desta quinta-feira no Brasil. A queima de fogos nos arredores da Sydney Opera House foi a maior já realizada na cidade, presenciada por cerca de um milhão de pessoas, segundo a organização do evento.
Agência Efe
Queima de fogos realizada nesta quinta-feira em Sydney celebrando a chegada de 2016
Jacarta, capital da Indonésia, e Ancara, capital da Turquia, realizam as celebrações sob alerta após suas respectivas polícias terem desbaratado planos de ataques suicidas em meio à multidão durante a festa de Ano Novo. A polícia turca prendeu nesta semana duas pessoas supostamente ligadas ao Estado Islâmico que planejavam realizar o ataque no centro da capital.
Moscou e Bruxelas foram duas grandes cidades que cancelaram as festividades por temor de ataques. A Praça Vermelha na capital russa, lugar em que milhares de pessoas costumam se reunir para receber o novo ano, estará fechada. “Não é segredo que Moscou é um dos alvos dos terroristas”, afirmou o prefeito da cidade, Sergei Sobyanin, à AFP.
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Guardas russos em frente ao Kremlim, em Moscou; Praça Vermelha está fechada hoje
Já a capital belga cancelou a tradicional festa de Ano Novo, que em 31 de dezembro de 2014 reuniu 100 mil pessoas, após descobrir planos de ataques na cidade durante o evento. Seis pessoas foram presas em Bruxelas nesta quinta-feira por suspeita de envolvimento na preparação dos atentados. “Melhor não correr nenhum risco”, afirmou o prefeito, Yvan Mayeur, à emissora belga RTBF.
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Em Paris, onde dois ataques reivindicados pelo Estado Islâmico marcaram o ano de 2015, em janeiro, na redação do semanário Charlie Hebdo, e em novembro, em que 130 pessoas foram mortas, a tradicional queima de fogos na avenida Champs-Élysées foi cancelada, mas a festa no local será realizada, com o reforço de mais de 11.000 policiais, soldados e bombeiros patrulhando a cidade.
“As pessoas de Paris e da França precisam desta passagem simbólica para o novo ano”, afirmou Anne Hidalgo, prefeita da capital francesa, ao Journal du Dimanche. “Depois do que nossa cidade passou, temos que mandar essa mensagem para o mundo.” Mais de 100 mil forças policiais e do Exército patrulharão todo o país durante as festas de Ano Novo, declarou nesta quinta-feira o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
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Mais de três mil agentes da Scotland Yard patrulham festa de Ano Novo nos arredores do Parlamento britânico
Londres, Berlim, Madri e Nova York também mantiveram as festividades e reforçaram a segurança. “Nossos planos são apenas por precaução e não o resultado de nenhuma ameaça específica”, declarou a porta-voz da força policial britânica Scotland Yard, Jo Edwards.
O governo da Somália proibiu celebrações públicas de Natal e Ano Novo por medo de ataques do grupo extremista Boko Haram, considerado o mais mortal do mundo, segundo um estudo divulgado em novembro.
Já Sierra Leone comemora o fim da epidemia de ebola, que deixou mais de 4 mil mortos no país ao longo do último ano. Freetown, a capital, que ficou deserta nos últimos meses devido à proibição de concentrações públicas para evitar o contágio da doença, será repovoada esta noite por festas na praia, segundo a agência de notícias AFP.
No Rio de Janeiro, a tradicional festa em Copacabana vai celebrar os Jogos Olímpicos e o centenário do samba, dois grandes eventos do ano de 2016 para a capital carioca, que espera cerca de 2 milhões de pessoas somente na orla da Zona Sul.