O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, rechaçou nesta sexta-feira (29/03) as declarações do secretário de Defesa dos Estados Unidos, John Bolton, sobre a presença de militares russos em território venezuelano.
Em sua conta no Twitter, o chanceler escreveu que Bolton deveria se ocupar da segurança interna dos EUA, mas que “parece que alguém lhe paga mais para interferir em assuntos internos da Venezuela”.
Arreaza ainda criticou o discurso do representante do governo norte-americano, dizendo que combina “elementos da Guerra Fria e Doutrina Monroe”.
A fala a qual se refere o ministro venezuelano foi divulgada em nota pelo secretário dos EUA. Segundo Bolton, a presença de tropas da Rússia no país latino-americano representaria “uma ameaça direta para a paz e para a segurança internacional na região”.
O norte-americano ainda disse que o seu país continuará “defendendo e protegendo os interesses dos Estados Unidos e de nosso sócios no hemisfério ocidental”.
Tropas russas
Dois aviões militares russos chegaram à Venezuela no último final de semana com equipamentos e membros das forças armadas do país. A bordo estava o chefe do Estado Maior do Exército russo, Vasily Tonkoshkurov, acompanhado de uma comissão técnica de 99 militares, assim como 35 toneladas de equipamentos.
A chegada dos militares russos está ligada ao cumprimento de “acordos de cooperação técnico-militares”, anunciou em uma entrevista coletiva a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zarakhova, que falou sobre o tema nessa terça-feira (26/03).
“A Rússia desenvolve cooperação com a Venezuela em estrita conformidade com a Constituição desse país e no pleno respeito de sua legislação”, disse a porta-voz russa.
Arreaza criticou discurso de Bolton, dizendo que combina "elementos da Guerra Fria e Doutrina Monroe"