Os rumores sobre o ingresso da Venezuela como um dos novos membros do BRICS a partir de 2025 se fortaleceram nesta segunda-feira (10/06) devido à presença do chanceler do país sul-americano Yván Gil, na cúpula de ministros de Relações Exteriores do bloco, realizada na cidade russa de Nizhny Novgorod.
A presença de ministro venezuelano no evento realizado na Rússia foi significativa, já que ele foi um dos quatro chanceleres presentes que não é representante de um país membro do BRICS – os outros três foram os representantes da Bielorrúsia, Sergei Aleinik, da Turquia, Hakan Fidan, e de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla.
A aproximação de Gil dos demais chanceleres do BRICS vai se encontro a uma das promessas de campanha de Nicolás Maduro, que buscará sua segunda reeleição no pleito que ocorrerá na Venezuela no próximo dia 28 de julho.
Em diversos comícios, e também em seu programa de televisão semanal “Con Maduro +”, o mandatário venezuelano vem afirmando que atuará pessoalmente para conseguir o aval do líder russo Vladimir Putin para que seu país seja aceito no BRICS, para o lugar que a Argentina rechaçou em dezembro passado, por decisão de Javier Milei.
Mauro Vieira
A cúpula dos chanceleres dos BRICS foi a primeira desde o ingresso ao bloco de cinco novos membros, em janeiro deste ano: além dos representantes mais antigos, como Brasil, Índia, China e África do Sul, além da anfitriã Rússia, também estiveram presentes os ministros de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.
O Brasil foi representado pelo chanceler Mauro Vieira, cujo discurso no evento enfatizou que o BRICS “materializa a crescente influência do Sul Global nos assuntos internacionais”.
Vieira também questionou a inação das entidades a nível global com relação ao massacre que Israel vem promovendo contra os civis palestinos residentes na Faixa de Gaza.
“As Nações Unidas e outras instituições multilaterais estão marginalizadas ou paralisadas, e o direito internacional, incluindo princípios humanitários básicos, está sendo flagrantemente desconsiderado, como estamos testemunhando em Gaza”, reclamou o chefe do Itamaraty.