O semanário humorístico francês “Charlie Hebdo” foi alvo de críticas nesta segunda-feira (14/07) após fazer uma caricatura satírica do menino sírio Aylan Kurdi, conhecido por ter sido encontrado morto em uma praia turca, tornando-se símbolo da atual crise de refugiados no continente europeu.
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Intitulada “Bem-vindos, imigrantes!”, a nova edição da revista faz uma releitura da icônica imagem do refugiado morto aos três anos de idade, com a legenda: “tão próximo da meta….”, em frente a um outdoor com uma propaganda da rede McDonald’s, que anuncia: “dois menus de criança pela preço de um”.
Já em outro desenho na mesma edição, há um retrato de Jesus ao lado de uma criança que está afogando, com os dizeres: “A prova que a Europa é cristã – os cristãos caminham pelas águas; e as crianças muçulmanas afundam”.
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No Twitter, diversos internautas classificaram as charges de “racistas” e com “discurso de ódio”, usando a hashtag “Je ne suis pas Charlie” (“Eu não Charlie”), em contraposição ao movimento que teve início em 7 de janeiro deste ano, quando dois extremistas islâmicos, os irmãos Said e Cherif Kouachi, mataram 12 pessoas dentro da redação do semanário.
“Charlie Hebdo” é conhecida por fazer sátiras do profeta Maomé, cuja imagem é proibida de ser retratada segundo o islamismo, bem como de líderes religiosos de outras fés. Alvo de polêmicas e ameaças há anos, a revista suscitou debate ao redor do mundo acerca dos limites e do significado da liberdade de expressão.