O Ministério das Relações Exteriores da China publicou nesta quarta-feira (04/08) uma nota declarando que o governo dos Estados Unidos intervém em Cuba sob pretexto de proteger os “direitos humanos” e a “democracia”.
Pequim considera que as recentes sanções contra instituições e funcionários cubanos “violam severamente as normas básicas que regem as relações internacionais” e deixam evidente “o estilo norte-americano típico de duplo padrão e assédio”.
“A China se opõe firmemente a qualquer movimento para impor sanções unilaterais arbitrariamente e interferir nos assuntos internos de outros países sob o pretexto da chamada ‘liberdade’, ‘direitos humanos” e ‘democracia'”, . disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian.
O porta-voz da chancelaria afirmou que o governo chinês pede que os Estados Unidos atendam ao “apelo universal da comunidade internacional, levantando imediata e completamente as sanções e embargo contra Cuba”.
Ainda segundo o Ministério, o bloqueio norte-americano imposto à ilha caribenha dificulta as tentativas cubanas para melhorar sua economia e o nível de vida da população. O Ministério destacou que a forma correta de agir é oferecer apoio.
Lijian Zhao/Reprodução
Porta-voz falou em ‘mão amiga’ ao tratar da ajuda fornecida a Cuba no contexto da pandemia
“A China e muitos outros países amigos e organizações internacionais estenderam uma mão amiga a Cuba, ajudando o governo e o povo cubano a combater a epidemia e melhorar a vida das pessoas”, declarou Lijian.
Novas sanções contra cuba
No final de julho, os Estados Unidos impuseram novas sanções a Cuba, direcionadas à Brigada Especial Nacional do Ministério do Interior cubano e também ao general Álvaro López Miera, que é o atual ministro das Forças Armadas Revolucionárias da ilha. As medidas são embasadas na Lei Magitsky, que pune violações de direitos humanos e corrupção por parte de agentes estatais.
Os EUA afirmam que a Brigada foi responsável por supostas repressões nos protestos que aconteceram em algumas regiões da ilha em 11 de julho
No entanto, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, repudiou o que chamou de “medidas arbitrárias” que “se juntam à desinformação e agressão para justificar o bloqueio desumano contra Cuba”.
“Rechaço as infundadas e caluniosas sanções do governo dos EUA contra o general Álvaro López Miera e a Brigada Especial Nacional. [Os EUA] Deveriam aplicar a si mesmo a Lei Global Magnitsky pelos atos de repressão cotidiana e de brutalidade policial que custaram 1.021 vidas em 2020”, escreveu.