Milhares de pessoas se reuniram na noite desta quarta-feira (04/08) no Líbano para participar das celebrações do primeiro aniversário da explosão devastadora no porto de Beirute, que deixou 214 vítimas, mais de 6 mil feridos e prejuízos financeiros.
A multidão exige mais ajuda tanto do governo como de aliados internacionais, além de pedir que as autoridades sejam responsabilizadas pela explosão provocada pelo armazenamento inadequado de 2.750 toneladas de nitrato de amônia dentro de um dos depósitos do porto da capital.
O grupo se concentrou ao lado do porto comercial de Beirute, entre a Praça dos Mártires e o bairro devastado de Gemmayze, onde foi respeitado um minuto de silêncio em memória das vítimas.
Passeatas também foram registradas em outras cidades do país, em diversos bairros da capital e contaram com a presença de familiares das vítimas, ativistas, membros de organizações e profissionais de saúde, advogados e professores.
A maioria das mobilizações aconteceu de forma pacífica, mas a polícia libanesa precisou enfrentar alguns militantes próximo do evento principal no centro de Beirute.
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Episódio acontece em meio a um colapso econômico e financeiro e impasse político no país
Um grupo de manifestantes tentou invadir o prédio principal do Parlamento do Líbano, mas foi impedido pelas autoridades, que responderam disparando gás lacrimogêneo e canhões de água.
Além disso, alguns protestantes atacaram uma delegacia de polícia com fogos de artifício e pedras. Enquanto as forças de segurança recuavam, as pessoas começaram a se dispersar das áreas de protesto.
A Cruz Vermelha relatou que transportou seis pessoas para o hospital e tratou mais de 50 no local.
O episódio acontece em meio a um colapso econômico e financeiro e a um impasse político que manteve o país sem um governo em funcionamento por um ano inteiro. Bancos, empresas e escritórios estatais foram fechados após o decreto no dia de luto nacional para lembrar da tragédia.
A explosão atingiu o porto de Beirute e causou um tremor em diversos locais. Até hoje, há uma troca de acusações sobre falhas de fiscalização na área e sobre a negligência das autoridades.