Uma série de protestos tomou conta das principais cidades da Polônia, neste sábado (09/01), contra as alterações na lei das mídias promovidas pelo recém-eleito governo conservador do país, comandado pelo partido anti-União Europeia, Lei e Justiça (PiS, em polonês).
Na sexta-feira (08/01), entrou em vigor a nova lei das mídias, que dá autoridade para o ministro da Fazenda demitir e contratar presidentes de emissoras de televisão e rádio estatais, papel que antes pertencia a um comitê de supervisão da mídia.
Agência Efe
Protesto na praça da Liberdade na cidade de Poznan, sexta
O Ministério acabou nomeando automaticamente o político de direita e jornalista Jacek Kurski para presidir a emissora de TV estatal, TVP S.A..
Assim, o grupo chamado Comitê para a Proteção da Democracia organizou manifestações em Varsóvia, capital do país, em Cracóvia, Katowice e outras cidades. Levando a bandeira da Polônia e da União Europeia, os participantes argumentaram que as mudanças na lei das mídias visam colocar as emissoras sob o poder do PiS — no governo atualmente — e ameaçam a liberdade de imprensa e a democracia.
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A Comissão da União Europeia chegou a alertar a Polônia de que estaria colocando em risco os valores da União e poderia enfrentar medidas punitivas. A Comissão deve se reunir no dia 13 para discutir as reforma no país.
À imprensa, a porta-voz do presidente Andrzej Duda afirmou que ele assinou as leis porque quer que a mídia estatal seja “imparcial, objetiva e confiável”.
Este é o terceiro protesto contra o PiS desde que foi eleito, em outubro de 2015. As outras manifestações visavam o Duda, que substituiu, de forma inconstitucional, cinco dos 15 juízes da Corte Constitucional polonesa.