Milhares de colombianos tomam às ruas das principais cidades da Colômbia nesta terça-feira (21/01) para protestar contra o pacote de medidas trabalhistas e previdenciárias do presidente Iván Duque. As marchas inauguram a primeira mobilização massiva no país desde a jornada de paralisações e manifestações realizada nos últimos meses de 2019.
O Comitê Nacional de Greve na Colômbia, formado pelas lideranças dos principais movimentos populares que encabeçam as manifestações, convocou as manifestações para denunciar o assassinato sistemático de líderes sociais e indígenas. Desde o início do ano de 2020, pelo menos 20 lideranças populares foram mortas na Colômbia.
Segundo as entidades sindicais, estudantis e sociais que organizam os protestos, mobilizações acontecem em cidades como Bogotá, Medellín, Cali, Bucaramanga, Cúcuta e Popayán.
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Na capital, os manifestantes definiram cerca de 11 pontos de concentração e sete marchas pelas principais avenidas de Bogotá. A prefeita da cidade, Claudia López, afirmou que os agentes de segurança estão dialogando com os manifestantes e que a mobilização cidadã é necessária.
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Reprodução/CUT Colombia
Marchas desta terça-feira inauguram primeira mobilização massiva no país desde a jornada de paralisações realizada no ano passado
“Desde às 4h30 da manhã gestores de Convivência e da Secretaria de Governo estão no Portal de Suba [terminal de ônibus] dialogando com manifestantes. É necessário deixar os cidadãos se mobilizarem”, disse a prefeita.
Por volta das 7h (9h, no horário de Brasília), foram registrados atos de repressão por parte do Esmad (Esquadrão Móvel Antidistúrbios) contra manifestantes em Bogotá.
Além do pacote neoliberal de Duque e da perseguição contra líderes sociais, os manifestantes pedem o cumprimento dos Acordos de Paz assinados em 2016 entre o governo e a antiga guerrilha FARC.