A China faz neste domingo (15/8) luto oficial pelas vítimas do deslizamento de barro e pedras que há uma semana arrasou uma localidade inteira na província noroeste de Gansu, e onde o número de mortos já chega a 1.248 e os desaparecidos 496, segundo os últimos dados da agência oficial de notícias Xinhua.
Às 10h no horário local (23h de sábado), políticos e cidadãos de todo o país pararam durante três minutos em memória das vítimas da arrasada Zhouqu, onde um terço da população é de origem tibetana.
O canal de televisão estatal transmitiu imagens do presidente da China, Hu Jintao, junto de membros do Partido Comunista da China (PCCh) fazendo silêncio pelas vítimas.
Nesses três minutos, a sociedade do gigante asiático parou as atividades e saiu às ruas para homenagear os mortos. Barulho só de sirenes e buzinas dos automóveis em sinal de luto.
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Em Pequim, milhares de pessoas se reuniram na Praça da Paz Celestial, onde a bandeira nacional foi hasteada a meio mastro, da mesma forma que nas embaixadas e consulados chineses no estrangeiro.
A sua maneira, os jornais também lembraram os mortos. Pouco antes da meia-noite as gráficas imprimiram páginas em branco e preto.
Por causa do luto, estabelecimentos de lazer suspenderam suas atividades e a Exposição Universal de Xangai cancelou suas programações de entretenimento.
A primeira vez que o país asiático celebrou um luto oficial em memória de cidadãos comuns foi em 2008, após o terremoto que atingiu a província de Sichuan, e deixou 90 mil mortos e desaparecidos.
Até então, as homenagens anteriores haviam sido realizadas em memória de líderes políticos, lembrou a imprensa.
Em abril, o Governo decretou pela segunda vez um dia de luto pelas vítimas do terremoto na província de Qinghai, que terminou com 2 mil óbitos.
Pela tradição chinesa, os funerais costumam ser realizados após três, cinco e sete dias da morte.
Em um distrito de Zhouqu, onde dois terços dos habitantes morreram soterrados pelo deslizamento de terra e 368 dos 848 moradores morreram no desastre, milhares de pessoas pararam as tarefas de resgate para lembrar os mortos e desaparecidos.
Uma semana depois da catástrofe, o esforço é para retirar os corpos dos escombros para evitar a propagação de doenças.
A televisão mostra imagens de grupos de mulheres levando grandes cestas de vime com resíduos em seu interior e que depositam em locais afastados com o objetivo de prevenir doenças.
À catástrofe vivida em Gansu soma-se outra na vizinha Sichuan, onde nos últimos quatro dias as chuvas e avalanches deixaram 11 mortos e dezenas de desaparecidos.
Como a imprensa informou hoje, 10 pessoas foram resgatadas com vida, o que aumenta as esperanças entre os habitantes da região que em 2008 foi atingida por um forte terremoto.
O Centro de Meteorologia da China (NMC, sua sigla em inglês) previu para hoje outra forte chuva para os próximos dias.
A China vive sua pior monção em 12 anos, com mais de 3,4 mil mortos e desaparecidos desde que iniciou a temporada de monções em maio, com danos comparáveis aos produzidos pelas enchentes do rio Yang-tsé em 1998, que matou 4 mil pessoas e afetou 140 milhões.
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