Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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Em 15 de agosto de 1945, o imperador Hirohito do Japão anunciava solenemente a rendição incondicional de seu país na Segunda Guerra Mundial através de uma mensagem radiofônica ao povo japonês.

Após o encontro com líder da União Soviética, Joseph Stalin na Conferência de Potsdam, perto de Berlim, a fim de determinar os termos do pós-guerra com a derrota da Alemanha, os governos dos Estados Unidos, então presidido por Harry Truman, com a morte de Franklin Delano Roosevelt três meses antes, da Grã Bretanha do primeiro ministro Winston Churchill e da China emitiram um ultimato ao governo japonês no final de julho de 1945. 

Segundo as três nações, a oferta era simples: rendição incondicional aos aliados da Segunda Guerra Mundial ou o risco de total aniquilação. Em sua cautelosa resposta, com palavras medidas, embora todos soubessem que a derrota do Japão era inevitável, o governo japonês recusou-se a capitular completamente. 

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Em 6 de agosto, o presidente Truman, sem consulta aos demais aliados, posto que o assunto era segredo de Estado, autoriza o bombardeiro norte-americano B-29 Enola Gay a lançar a primeira bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima. Três dias depois, outra bomba semelhante foi lançada sobre Nagasaki.

Ambos os ataques provocaram instantânea morte e mutilação em dezenas de milhares de pessoas e destruição total das cidades atingidas. A ameaça de ataques nucleares adicionais levou os dirigentes japoneses em 10 de agosto a aceitar os termos expostos na Declaração de Potsdam e apresentar sua capitulação incondicional.

Na tarde de 14 de agosto, emissoras radiofônicas japonesas anunciaram insistentemente que o imperador faria uma importante Proclamação Imperial sobre a condução da guerra. No dia seguinte ao meio-dia, Hiroito dirigiu-se pessoalmente à radio oficial, responsabilizando a rendição aos inimigos em virtude da utilização de “uma nova e mais cruel bomba, cujo poder destrutivo é incalculável, levando à morte grande quantidade de vítimas inocentes”. 

O imperador não era somente um líder político no Japão, era também uma figura reverenciada como um semideus e muitos japoneses não aceitavam a ideia da derrota final até terem ouvido da própria voz imperial aquelas impensáveis palavras.

A um tempo em que a tristeza e a vergonha engolfavam o ‘pais do sol nascente’ a alegria se espalhava pelo resto do mundo. Nos Estados Unidos, principal inimigo dos japoneses nas batalhas do Pacífico, a notícia do anúncio de Hiroito foi ao ar nos minutos finais de 14 de agosto, devido à diferença de fuso horário. 

Esse dia foi declarado como o V-J-Day, ou seja, Dia da Vitória sobre o Japão. Na tarde do dia 15, o presidente Harry Truman dirigiu-se a uma multidão reunida na praça fronteiriça à Casa Branca, dizendo “Este é o dia pelo qual estávamos esperando desde Pearl Harbor. Este é o dia em que o fascismo finalmente morreu, como sempre soubemos que isto ocorreria.”

Nesse dia, o fotógrafo Alfred Eisenstaedt sacou uma das mais famosas fotografias jamais publicadas, um instantâneo de um marinheiro com seu uniforme, beijando uma enfermeira em plena Times Square no centro de Nova York. A foto, publicada pela revista Life, tornou-se o símbolo da atmosfera de júbilo que tomou conta do país, como de resto do mundo todo, em seguida ao término definitivo da Segunda Guerra Mundial.

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