Atualizada às 20h38
Como forma de punir Moscou pela presença russa na Crimeia, os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (06/03) que vão restringir a concessão de vistos para algumas autoridades e cidadãos da Rússia e da Crimeia, acusados por Washington de “ameaçar a soberania e a integridade” da Ucrânia.
O presidente Barack Obama também decretou sanções contra “indivíduos e entidades responsáveis por solapar o processo democrático ou as instituições na Ucrânia”. “Estas decisões dão continuidade aos nossos esforços por impor um custo à Rússia e aos responsáveis da situação na Crimeia”, afirmou na tarde de hoje.
O presidente ainda repudiou a decisão do parlamento da Crimeia de convocar um referendo para determinar a anexação da região à Rússia. “A proposta de referendo sobre o futuro da Crimeia violaria a Constituição da Ucrânia e violaria o direito internacional. Qualquer discussão sobre o futuro da Ucrânia deve incluir o governo legítimo da Ucrânia. No ano 2014, estamos muito longe dos dias nos quais as fronteiras podiam ser desenhadas acima das cabeças dos líderes democráticos”, advertiu.
Agência Efe
Obama fez um pronunciamento inesperado nesta quinta-feira sobre a situação da Ucrânia
Para o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, essa medida dos EUA só contribui para aumentar a tensão. “A intenção dos Estados Unidos de impor sanções contra Moscou já é uma ameaça. Estas sanções contra alguns expoentes da administração russa aumentam a pressão e não são construtivas”, disse o chefe da diplomacia russa.
A União Europeia confirmou hoje o congelamento, pelo período de um ano, dos ativos do presidente afastado da Ucrânia, Viktor Yanukovich; bem como de dois de seus filhos, quatro ex-ministros ucranianos e 11 funcionários do alto escalão do antigo governo.
A Europa identificou as pessoas da lista como suspeitos de envolvimento em desvio de verbas públicas. Segundo comunicado do bloco, as medidas têm como objetivo a recuperação do montante. Os 28 países da UE também já indicaram que pretendem congelar os bens de pessoas supostamente responsáveis por violações aos direitos humanos durante os recentes distúrbios, os mais violentos da história contemporânea da Ucrânia.
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Saída diplomática
Após encontro em Roma com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o chanceler russo disse hoje que “não há nenhum acordo” sobre o conflito na Crimeia.
“Qualquer solução para a crise ucraniana deverá ser ratificada por todas as partes envolvidas, inclusive a Crimeia”, disse Lavrov, após a reunião, realizada paralelamente à Conferência sober a Líbia, que reuniu cerca de trinta representantes de países e organizações internacionais.