Em repúdio à Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) que acontece na Cidade do México, capital do país, manifestantes do Coletivo Regina de Sena México-Brasil protestam nesta sexta-feira (18/11) contra o evento “de ingerência intolerante e violento”.
De acordo com os organizadores, a conferência representa uma “oligárquica”, além de ser “imperialista”, apontando ser um “alarmante conclave do neofascismo global”.
“É alarmante que este conclave do neofascismo global esteja ocorrendo no México, um país que iniciou um curso de transformação econômica, social, cultural e política em favor das grandes maiorias”, desabafam os manifestantes.
Sob o lema de “defender a liberdade e a democracia nas Américas”, A CPAC é realizada durante este final de semana no México e foi criada pela União Conservadora Estadunidense, na década de 1970.
Para ser realizada, a conferência é patrocinada e conta com a presença de diversas figuras políticas da direita mexicana, recebendo representantes ultradireitistas mundiais, como Steve Bannon, acusado de fraude e ex-estrategista de Donald Trump, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, argentino Javier Milei, o ex-candidato presidencial pinochetista chileno José Antonio Kast e outros.
Ainda segundo o Coletivo Regina de Sena México-Brasil, todas essas figuras “respondem aos interesses econômicos imediatos da alta burguesia e dos desígnios imperialistas, rejeitando explicitamente os direitos humanos e lutando contra todo progresso em direção à igualdade social e à conservação ambiental nas Américas e no mundo”.
Facebook/Colectivo Regina de Sena México-Brasil
Manifestantes afirmam que, sem oposição, movimentos como CPAC ‘crescerão sem medidas’
Além disso, os manifestantes também ressaltam a participação de Eduardo Bolsonaro no golpe contra a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff, em 2016. No manifesto divulgado pelo coletivo, o filho do presidente brasileiro também “promove guerras midiáticas nos meios de comunicação globais e nas redes sociais por meio de fake news a fim de gerar confusão, desesperança, ódio e polarização social”.
O coletivo também protesta contra narrativas utilizadas pelas figuras da extrema direita para promover desestabilizações em outras nações e contra “presidentes provenientes de processos democráticos […], chamando-os de ditadores, como aconteceu em Cuba, Nicarágua e Venezuela”.
Além disso, a organização lembrou que tal retórica influenciou o atentado sofrido pela vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández.
“Dada a natureza abertamente antidemocrática, antipopular, racista e desestabilizadora desta cúpula, ´[…] decidimos exercer o direito de expressar, de maneira pacífica, a rejeição coletiva a este evento e ao programa ideológico que ele representa”, completa o comunicado.
O coletivo ainda finaliza alertando que, caso movimentos como a CPAC “não encontrarem uma oposição organizada, crescerão sem medidas e se tornarão mais perigosos”.