A Assembleia Nacional do Equador [unicameral] aprovou nesta terça-feira (09/05) uma resolução que garantiu o prosseguimento dos trabalhos do processo de destituição do presidente do país, Guillermo Lasso, acusado de corrupção.
A votação foi realizada após pedido da deputada Viviana Veloz, líder do partido Revolução Cidadã [o mesmo do ex-presidente Rafael Correa] para que o pleno decidisse se o processo deveria continuar, mesmo com a mudança no objeto da acusação.
Essa situação se deu pelo fato de que o processo iniciado em meados de março estava baseado em um informe da Comissão da Verdade, Justiça e Combate à Corrupção da mesma Assembleia, no qual o presidente Lasso era acusado por três diferentes casos, nos quais teria cometido crimes de extorsão, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, peculato e corrupção passiva.
No entanto, em abril deste ano, já com o processo em andamento, a Comissão de Supervisão e Controle Político do Legislativo equatoriano decidiu descartar algumas das denúncias, mantendo apenas a relativa ao Caso Flopec, no qual o mandatário teria cometido crimes de peculato e corrupção passiva, ao favorecer a empresa norte-americana Amazonas Tanker Pool em contratos com a estatal Frotas Petroleiras Equatorianas (Flopec).
Esse segundo informe também recomendava o arquivamento do processo, por suposta falta de provas contra Lasso. Diante dessa situação, a bancada governista passou a criticar o processo e forçar uma votação baseada nesse informe, com o intuito de determinar o seu encerramento.
Assembleia Nacional do Equador
Legislativo equatoriano aprovou resolução que deu prosseguimento ao processo de impeachment contra presidente Lasso
Entretanto, após a aprovação de uma moção que estabeleceu a alteração do conjunto acusatório do processo, adequando às denúncias validadas pela Comissão de Supervisão, a deputada Veloz, líder opositora no Legislativo equatoriano, propôs a resolução para legitimar a continuidade do processo.
Sua iniciativa foi bem sucedida na votação desta terça: a proposta precisava de maioria simples [ou seja, 69 dos 137 votos do parlamento] mas contou com 88 apoios, um a mais que as assinaturas com as quais o processo foi aberto e quatro a menos que aquilo que será necessário para aprovar o impeachment em uma possível votação final.
O resultado fortaleceu novamente a bancada opositora, já que alcançou uma quantidade de votos muito próxima da que será necessária em uma eventual votação final para definir o impeachment de Lasso.
Após o resultado, o presidente da Assembleia Nacional, Virgilio Saquicela [do partido governista Criando Oportunidades] afirmou que o processo seguirá seu curso a partir da próxima semana, com depoimentos de testemunhas apresentadas pela defesa do presidente.
(*) Com informações de TeleSur