O primeiro pleito presidencial após adesão na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) , na Finlândia foi às urnas neste domingo (28/01).
O ex-primeiro-ministro conservador Alexander Stubb foi o mais votado, com 27,3% dos votos, e vai enfrentar no segundo turno o ex-ministro das Relações Exteriores Pekka Haavisto, que obteve 25,1%. Os números são do Ministério da Justiça finlandês, após 82,8% dos votos apurados.
O segundo turno está marcado para 11 de fevereiro. Stubb é líder do Partido da Coligação Nacional, e Haavisto é um líder ecologista candidato independente.
Na terceira posição ficaram o ultranacionalista Jussi Halla-aho (18,7%) e, em quarto, o independente Olli Rehn (15,8%). Nenhum outro candidato ultrapassou a barreira dos 5% dos votos.
A eleição bateu recorde de votação antecipada: antes deste domingo, 44,5% dos elegíveis tinham votado.
Desafios do novo presidente
O vencedor das eleições vai substituir, a partir de primeiro de março, o presidente Sauli Niinistö, impedido de se recandidatar após cumprir dois mandatos.
Na Finlândia, o presidente tem mandato de seis anos e, tradicionalmente, também é o responsável pela política externa e de segurança e pelo comando supremo das Forças Armadas.
Após anos de política de neutralidade internacional, a Finlândia, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, decidiu aderir à Otan. Em abril de 2023, converteu-se no 31º Estado-membro da aliança militar ocidental.
Mikko Stig/AFP
Antes deste domingo, 44,5% dos elegíveis já tinham usado o voto antecipado
No final de novembro, a Finlândia chegou a fechar totalmente a sua fronteira terrestre com a Rússia para evitar que refugiados de outros países continuassem a chegar através do território russo.
A fronteira entre os dois países é a mais longa da União Europeia (UE), com 1.340 milhas. Helsínquia acusou Moscou de enviar deliberadamente à fronteira cidadãos de países da África e do Oriente Médio, como Iraque, Síria, Iêmen, Turquia e Somália, aos quais permite a passagem sem os documentos necessários.
Para Sauli Niinistö, o influxo de migrantes foi uma vingança do Kremlin pela adesão da Finlândia a Otan. Moscou negativa.