Terça-feira, 17 de junho de 2025
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Apesar da reunião entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, a Assembleia Nacional da França aprovou nesta terça-feira (13/06) uma resolução contrária ao acordo entre a UE e o Mercosul. 

De acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL, o texto não tem poder de lei, entretanto, politicamente, representa “um duro golpe contra as pretensões dos negociadores e de Lula” para fechar o pacto até o final deste ano.

Essa não é a primeira vez que Paris atua contra o acordo entre os blocos. Historicamente, diferentes governos franceses têm criado dificuldades para abrir o mercado local às exportações brasileiras e do Mercosul no setor agrícola, relembra o jornalista.

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No texto, os deputados pedem ao governo do presidente Emmanuel Macron que informem à Comissão Europeia a oposição da França à adoção do acordo UE-Mercosul, diante da ausência de critérios de sustentabilidade e rastreabilidade para os produtos mais sensíveis em termos de combate às mudanças climáticas e proteção da biodiversidade.

Texto não tem poder de lei, mas representa 'duro golpe contra pretensões  de Lula' em fechar pacto até o final deste ano

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Essa não é a primeira vez que Paris atua contra o acordo entre os blocos

O texto dos parlamentares também sinaliza a oposição da França na ausência de uma cláusula que possa suspender o acordo caso o Acordo de Paris seja violado. 

Para os deputados, o acordo concluído em sua totalidade deve ser submetido ao procedimento de ratificação, com uma votação unânime dos países, depois a uma votação no Parlamento Europeu e à ratificação por todos os Estados-Membros de acordo com o procedimento previsto em nível nacional, pela Assembleia Nacional e pelo Senado no caso da França, relata o colunista.

O deputado da Esquerda Democrática, Sébastien Jumel, se posicionou contra acordos de livre comércio: “A França importa metade do frango consumido, dois terços dos peixes e metade dos legumes. Hoje, ela não tem soberania alimentar”, criticou acrescentando que “27% dos pesticidas usados no Brasil são proibidos na Europa”.

Jumel ainda criticou Macron, alertando que o presidente francês “muda de postura sobre o acordo dependendo da conveniência”. 

O presidente francês deve encontrar-se com Lula em 22 de junho, sendo a pauta do acordo entre os blocos uma das principais na reunião biliteral.  

(*) Com Sputniknews